sábado, 19 de maio de 2012

Encontros com contornos!

Ninguém vive sozinho neste mundo. Todos nós precisamos de alguém por mais reduzido que seja o número de pessoas que convivam conosco.

Conviver é estar com as pessoas de uma forma tão bonita porque é a grande possibilidade que temos de amar, crescer, enxergar algo que ainda não tínhamos percebido. O outro me ajuda a ampliar o olhar para o mundo ou, talvez, para o meu pequeno mundo, e o tempo se empenha em ajeitar as descobertas no seu lugar.

Nossos dias têm a graça de serem marcados por muitos encontros. Infelizmente, damo-nos conta de que a maioria deles acontece de forma rápida, superficial, apenas profissional. Na verdade, são encontros sem contornos.

Os afazeres da vida nos atropelam e nós nos atropelamos. Damos muitas desculpas para nossas correrias e para nossa falta de tempo, e chegamos ao final do dia cansados e com a triste sensação de insatisfação por termos feito tudo pela metade, sem atenção e cuidado. Quantas vezes não temos memória do que fizemos pela manhã ou de quem encontramos?

Encontros deveriam ser assim: com contornos! Deveríamos olhar mais para decorar o contorno do rosto, a cor dos olhos, os gestos no ar, a entonação das palavras ou as pausas de silêncio. Deveríamos decorar cada toque para que, um dia, na ausência da vida, podermos tirar do coração as lembranças que a memória amou e guardou para serem recordadas na serenidade e na paz.

Se não prestamos atenção às pessoas que amamos e vivem conosco, perdemos a oportunidade de guardarmos o que de melhor elas têm: o jeito único de ser, de sorrir, de gargalhar, de abraçar, de fazer aquele bolo delicioso, de arrumar a casa, de estar conosco.

Pe. Fábio diz que “pessoas são como livros, precisam ser lidas” e, por que não, decoradas? Não paremos na capa. Há muita riqueza escondida em capas não atraentes”.

Ir. Deuceli Kwiatkowski

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