domingo, 20 de maio de 2012

A beleza nos cala!

Hoje, olhei para o mar e ele me calou. Respirei fundo. Não quis saber de palavras, de poemas, de frases feitas, apenas quis olhar para ele.

Silenciosamente, deixei que ele me tocasse e me fizesse sentir a grandiosidade daquele momento único. Não queria ser despertada por ninguém naquele instante.

Demorei ali um tempo, perdi o tempo me encontrando e contemplando. O mar estava lindo, tão azul quanto o céu. Os dois pareciam um só, numa magnífica sintonia da beleza.

Depois de um tempo, tirei as sandálias para sentir a areia sob os pés e toquei a água, tão poderosa, naquele vai e vem das ondas e, ao mesmo tempo, tão suave e acessível.

Ele não tinha pressa. Estava ali para muitos, milhares e milhares. Sem distinção, sem preconceito, sem diferenças, simplesmente para todos. E, naquele belíssimo cenário, o sol lhe fazia companhia. Brilhava forte e majestoso sobre as águas imensas. Juntos, davam o mais belo espetáculo visto! Nenhuma criatura humana poderia idealizar beleza assim!

Inegavelmente fomos criados para a beleza porque Deus é a beleza suprema. Ela nos atrai. Nós a desejamos sempre por perto. É uma força que nos faz calar porque nos transporta para a experiência da contemplação silenciosa. As perguntas não têm importância alguma, neste momento, porque o que importa é deixar-se vencer por ela. Extasiar-se e humildemente calar.

A beleza está em todas as partes e lugares. Basta olhar para as flores de um jardim ou para a beleza das macieiras em flor ou com os frutos. Olhar para o horizonte do alto de uma montanha e sentir a vontade de ter asas para voar ou viajar horas na companhia dos mais variados tons de verde à beira da estrada. Olhar para o céu numa noite estrelada ou encantar-se com a noite em dia de lua cheia. Olhar para o sorriso de uma criança ou para os olhos de uma mãe com o filho nos braços.

Parece que nossos olhos não dão conta de tanta beleza e, por mais que queiramos encontrar uma palavra para descrever o que sentimos, só conseguimos balbuciar palavras vazias.

Diante da beleza, não temos outra opção a não ser abandonar as palavras. Contemplemos apenas o mistério insondável do Deus Criador e digamos: Meu Deus, que é o homem para dele vos lembrardes com tanto amor? (Sl 8).

Ir. Deuceli Kwiatkowski


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