sábado, 25 de fevereiro de 2012

A Última Ceia: a mais bela lição de amor!

Jesus era um homem contagiante. Andava pelas cidades e aldeias semeando palavras de vida e sustentando a esperança dos homens. Era um homem diferente, como nunca se viu! Mas seu tempo entre os homens estava chegando ao fim e ele precisava ainda ensinar aos seus discípulos a mais bela lição de amor.

Um lugar foi cuidadosamente preparado, do jeito que o Mestre queria. Esta seria a última refeição com seus amigos, depois de um longo itinerário de formação. Jesus não queria partir sem antes ensinar-lhes que o amor está acima de qualquer posição social ou cargo que se ocupe. Ali, naquela refeição, o Mestre deixaria gravada no coração daqueles homens uma cena que jamais esqueceriam enquanto vivessem.

Quando todos estavam na sala, sem dizer nenhuma palavra, Jesus pegou uma bacia com água e uma toalha e começou a lavar os pés de seus amigos, um por um (Jo 13, 2-12). É simplesmente inacreditável o que viam. Todos foram mais uma vez surpreendidos pelo Mestre que agora se faz servo de todos, sem medo, na humildade, no amor.

Multidões corriam até ele para vê-lo e tocá-lo e os discípulos o colocavam acima dos imperadores. De repente, ele renuncia sua mais alta posição, se prostra diante de jovens galileus tão simples, incultos, pescadores e começa a lavar a sujeira dos seus pés. Eles ficaram paralisados, estarrecidos, chocados. Entreolhavam-se e não sabiam o que dizer. Foram certamente uns 20 minutos que causaram o efeito mais determinante na vida daqueles homens.

Jesus sabia quando era tempo de falar do novo Reino e quando era justo não o fazer, deixando falar somente o amor.

A história está repleta de homens poderosos, fortes e corajosos, mas nunca ninguém foi tão longe como ele. Como poderia alguém realizar um gesto desses, com tanta lucidez e amor, sabendo que em poucas horas seria preso, condenado e terrivelmente assassinado?

O mestre de Nazaré foi fiel às palavras que pregou: “Eu vim para servir e não para ser servido. Dei-vos o exemplo para que vocês também façam o mesmo. Se compreenderdes estas coisas, sereis felizes” (Jo 13).


Mas esta lição é grande demais para os corações orgulhosos, prepotentes, ambiciosos. Somente os simples compreenderão esta ousada e inquietante mensagem do Mestre.

Ir. Deuceli Kwiatkowski

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

“Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens"

Um novo dia começava para dois irmãos que viviam próximos ao Mar da Galileia, sem nada de diferente porque a vida seguia seu curso normal. Eram simples pescadores e nada era exigido deles, além do trabalho diário. O mundo que conheciam era pequeno demais. Não ia além de redes e barcos, do mar e dos peixes. Mas eram seguros do que faziam porque sabiam tudo sobre a arte de pescar.

Mas o que aqueles dois irmãos não sabiam era que naquela região vivia um homem diferente de todos os que já tinham conhecido. Ele mudaria suas vidas para sempre e ampliaria o mundo de uma forma incrível.

Enquanto estavam ocupados em lançar as redes ao mar, perceberam que um homem desconhecido caminhava pela praia. Não se importaram e continuaram o trabalho. Quando se deram conta, os passos silenciaram e ele estava ali, bem perto deles. Não poderiam fugir. Ficaram imóveis, tocados por aquele homem que tinha o olhar mais penetrante que jamais tinham visto.

Depois de alguns momentos, o silêncio foi quebrado. Com palavras fortes e firmes, Jesus lhes fez um convite jamais imaginado por aqueles simples pescadores que não tinham nada além de redes e de um barco para pescar.

“Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens" (Mt.4,19). E, imediatamente, Pedro e André, largaram tudo e o seguiram.

E, agora, como explicar para os amigos e parentes a atitude tomada? Como explicar o inexplicável? Aqueles dois pescadores foram atraídos por aquele que incendiou o espírito. Não entendiam as consequências desta decisão. Só sabiam que aquele barco era pequeno demais para eles.

Queriam um mar maior! Queriam mergulhar profundamente! Queriam encontrar o sentido da vida, uma razão para viver e lutar. Queriam navegar no coração do homem para serem, de fato, verdadeiros pescadores de homens pelo mundo afora.

E, assim, foi! Estes dois irmãos não voltaram mais para o pequeno mar da Galileia. Seguiram em frente. E, mesmo entre tempestades terríveis, lançaram-se para o grande mar que é o mundo e contagiaram a todos com as palavras do Mestre de Nazaré.

Ir. Deuceli Kwiatkowski

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Ninguém foi como Jesus!

Há mais de dois mil anos, Jesus viveu entre os homens! Viveu na simplicidade, na pobreza, na humildade. Ele usou cada momento de sua vida para mudar o destino, não só do povo judeu, mas da humanidade.

Fez milagres espantosos, aliviou a dor de todas as pessoas que o procuravam, falava palavras de verdade que tocavam o mais íntimo dos corações machucados pelo poder, pelo ódio. Acolhia os pecadores condenados à morte, rompia com os costumes para dizer que a lei não era mais importante que o ser humano. Ensinava em todos os lugares, andando pelos caminhos, sentado à beira do mar ou nas montanhas e colinas, próximo a um poço ou na casa de seus amigos.

Era um mestre da sensibilidade, do amor, da vida. Um agradável contador de histórias. Sabia despertar nas pessoas a sede do saber. Falava sobre a vida e usava exemplos das coisas que as pessoas conheciam. Comunicava-se com a autoridade daquele que tinha a verdade nos lábios e no coração. Ensinava a todos a linguagem do amor, por meio de gestos incomuns e palavras surpreendentes. Não teve medo de lavar os pés dos seus amigos e fazer-se servo, de abraçar e comer na casa de pecadores porque era para eles que tinha vindo. Queria falar-lhes da misericórdia de seu Pai. Não estava ali para condenar, mas para amar e perdoar. Queria devolver-lhes a dignidade.


O jeito de ser e de viver de Jesus era contagiante. Multidões corriam até ele e não o largavam facilmente porque suas palavras explicavam a vida. Fazia-se pobre com os pequenos, mestre com os fariseus e os doutores da lei, entristecia-se com a dor e muitos o viram chorar. Alegrava-se nas festas, no encontro com os amigos e exultava quando estava com o Pai, em oração.

Jesus sabia que sua missão era grande demais. Precisava de amigos para plantar sementes que depois seriam semeadas para o mundo inteiro. Jesus não queria transformar seus discípulos em heróis e nem exigia deles o que não poderiam dar. Teve a paciência do semeador. Sabia que as sementes plantadas neles, um dia germinariam.

Ninguém foi como ele! Um amor tão grande assim, só poderia ser o Amor de um Deus que se derrama por mim, por você, por toda a humanidade. Nada poderia conter este Amor porque o Amor de Deus não tem limites!

Ir. Deuceli Kwiatkowski

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Acreditar no Amor!

Lamentações lidas, ouvidas, comentadas, discutidas têm sido frequentes quando se trata de lançar um olhar para os mais diversos segmentos que compõem a sociedade atual.

Uma sensação generalizada de perda de valores, de sentido, de seriedade, de compromisso com a vida nos deixa perplexos porque tem-se a impressão de que tudo vale e tudo pode.

Será que esta realidade que tanto seduz o ser humano não é a mesma que o abandona num vazio absurdo?

Embora tantas mudanças nos atinjam e nos aflijam, o que não mudará jamais é a marca que trazemos gravada no coração: somos feitos à imagem de Deus. O que não muda nem cessa é a sede do coração do homem: experimentar um amor verdadeiro, pleno, totalizante.

Só o encontro com Deus permite a transformação do coração. A disponibilidade para Deus abre-nos à disponibilidade para os irmãos e para uma vida entendida como tarefa solidária, jubilosa, fraterna. Assim, o outro não será apenas o outro, mas imagem de Deus.

Nossas crianças, jovens e adultos estão aí, nos caminhos e descaminhos da vida, precisando, sim, de saber e de conhecimento para encontrar seu lugar no mundo, mas, sobretudo, precisando desesperadamente acreditar no Amor, estrada única para a verdadeira felicidade; precisando, urgentemente, experimentar a beleza de encontros significativos com Deus porque longe dEle, o homem torna-se inquieto e doente. Sem Ele, o homem não sabe para onde ir e nem sequer consegue compreender quem seja.

“Reconhece-te como imagem de Deus e envergonha-te se te revestires de uma imagem estranha! São Bernardo de Claraval


Deus é luz! Continuemos restaurando a imagem desfigurada de Deus em tantos rostos humanos. “Com humildade, faremos o que é possível realizar e, com humildade, confiaremos o resto ao Senhor. É Deus quem governa o mundo, não nós. Prestamos-Lhe apenas nosso serviço, o quanto podemos e até onde Ele nos dá a força” Bento XVI.

Ir. Deuceli Kwitakowski

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

A vida nos desperta!

Onde está a vida que perdemos quando vivos? 
(Eliot em Os coros de “A Rocha”).

“Quase sem nos darmos conta, perdemos a vida vivendo. Damo-nos conta de quanto a perdemos apenas quando acontece algo que nos torna conscientes porque de outra forma poderíamos continuar quase sem nos apercebermos” 
(Julián Carron).

Vivemos num mundo marcado por mudanças aceleradas. O mundo moderno atrai e, ao mesmo tempo, gera um profundo sentimento de vazio nas pessoas. Muitas correm atrás de mil coisas, tornam-se pessoas superficiais, sem raízes, incapazes de investimentos mais profundos em seu jeito de ser, de pensar e de agir. Permanecem imaturas ao longo da vida. Outras ainda nesta busca de satisfação tentam as opções mais estranhas. Bebem caixas de cerveja. Usam drogas para esquecer a realidade. Modificam o corpo para se aproximar ao máximo possível de algum padrão de beleza vendido absurdamente pela Mídia. Estão sempre “fora”.

Mas a vida nos desperta o tempo todo e nos diz que o excesso de velocidade pode nos trair. Somos acordados de nossas distrações para retornar sempre à vida real. Certos fatos que acontecem tornam-nos mais conscientes: pode ser a inesperada perda de alguém que amamos, o diagnóstico da doença de algum amigo ou familiar ou as tragédias pelo mundo afora.

Certo é que não podemos viver distraídos, como se nada estivesse acontecendo ao nosso redor. Bom seria se em cada manhã despertássemos para fazer daquele dia uma oportunidade, uma tentativa ou uma ocasião para vivermos uma vida mais bem vivida com todos aqueles que Deus coloca ao nosso lado como dom.

Não percamos a vida! Quem aposta tudo em prazeres temporários, vai encontrar apenas satisfação fugaz porque a essência da vida não é ter, mas ser. Ser alguém que sabe onde colocou a própria esperança, que descobriu que amar, ser generoso, tolerante são atitudes nobres do coração humano. Lembremos que só possuímos na vida o que dela pudermos levar ao partir.

Caminhemos juntos na estrada da vida! Não podemos controlar a realidade à nossa volta. Sempre haverá adultos desonestos, jovens superficiais e crianças pouco educadas.

Ir. Deuceli Kwiatkowski

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Exercitar-se no amor!

“Quem caminha para Deus não se afasta do caminho dos homens”. Bento XVI

Há tanta verdade nestas palavras! Se dissermos que amamos a Deus e não amamos as pessoas que vivem conosco, somos os mais dignos de compaixão (1Jo 4,20) porque não entendemos a mensagem de Jesus.


O que dá testemunho de nosso amor a Deus não é a declaração que a linguagem das palavras nos permite, mas é a linguagem dos gestos que concretizamos diariamente. Deus é Amor (1Jo 4,16) e aqueles que amam permanecem no seu amor. Então, como não dispor-se a amar se sabemos que este é o caminho que nos faz felizes?

Olhemos um pouco para os discípulos de Jesus. Foram poucos anos de convivência com o Mestre de Nazaré, mas eles aprenderam grandes lições e as primeiras dadas àqueles que almejavam exercitar-se na escola do amor eram: aprender a perder, reconhecer seus limites, não querer que o mundo gire em torno de si, romper o egoísmo e amar ao próximo como a si mesmo.

O contato com o Mestre produzia nesses homens um imenso desejo de liberdade, uma intensa mudança interior. Mas essa mudança precisava criar raízes pouco a pouco. Caso contrário, ela se tornaria superficial, frágil e evaporaria no calor do dia, ao se deparar com as inevitáveis dificuldades da vida.

Se desejamos, de fato, viver como Jesus, precisamos tomar uma decisão: entrar na academia dos sábios. Para quê? Para exercitarmo-nos no perdão, na prática sincera do amor fraterno, na generosidade de nosso agir, na atenção carinhosa aos doentes, pobres e necessitados, no cuidado amoroso com nossas famílias. Pensando assim, podemos usar nossa capacidade criativa e criar inúmeros exercícios que ajudarão a alargar o coração porque quem ama torna-se uma pessoa melhor.

Ser fiel ao Amor de Deus, significa crescer nesse amor. Não fiquemos parados esperando a vida passar. Quem passar por esta vida sem amar, nunca compreendeu a verdadeira razão de existir.


Ir. Deuceli Kwiatkowski

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Sofrer bem!

Há muitas coisas na vida que nos encantam e nos deixam serenos e felizes porque podemos dizer com sinceridade que viver é bom. Aqui encontramos amigos que estão sempre ao nosso lado, conhecemos lugares que jamais esquecemos, vivemos experiências que nos tornam pessoas melhores, amamos de verdade e podemos ser amados do jeito que somos e assim por diante. Surpresas boas a vida nos reserva sempre!

Mas a vida não é só isso! Ela vem com toda a força da beleza, mas também com suas inadequações, muitas vezes geradas pelas nossas próprias escolhas. E aí sofremos. Conhecemos dores e angústias, encontramos dificuldades e decepções. Culpamo-nos, geramos outros sofrimentos desnecessários e perdemos a oportunidade de saborear a vida porque não aprendemos a administrar os problemas que nos afetam. Invertemos a importância das coisas e sofremos demais por aquilo que é menos importante.

Precisamos aprender, entre tantas coisas, a “sofrer bem”. O que significa? Aprender a enfrentar as dificuldades com otimismo, criatividade, paciência. Quem aprende a enfrentar os contratempos, a dor, o sofrimento e não sucumbe a eles, torna-se uma pessoa mais valente, mais audaz, mais capaz de enfrentar a vida com esperança.

“Quando enfrentar períodos difíceis e tragédias, em vez de olhar somente para si mesmo, olhe para quem está à sua volta. Em vez de se sentir magoado e acabrunhado e buscar piedade, encontre alguém com feridas piores e ajude a curá-las. Entenda que sua dor e seu luto são legítimos, mas que o sofrimento é parte da condição humana e que estender a mão é uma maneira de curar e ajudar outras pessoas a se curarem”. Nick Vujicic.


É preciso aprender com as dores de cada dia, sem dramas ou desânimos, para que possamos superar as maiores, sem fazer de nossa vida uma tragédia e das pessoas ao nosso redor vítimas. Um toque de ternura e um olhar carinhoso às vezes são suficientes para aquietar o coração perturbado.

Para aquele que crê em Deus, a dor não tem a última palavra “Porque tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus” (Rm 8,28). Mesmo sem podermos vê-Lo ou tocá-Lo, em nosso coração sabemos que Ele existe e está conosco. Não sabemos o que o dia de amanhã nos reserva, mas, por acreditarmos em Deus, sabemos quem garante nosso futuro.

Não podemos mudar o que já passou. Mas podemos viver diferente daqui pra frente! Existe poder na perseverança!


Ir. Deuceli Kwiatkowski

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Escolhe, pois, a vida!

“Decidir é um ato da nossa vontade livre. Nossas decisões estão baseadas na razão, no conhecimento, nos valores morais, nas tradições, nos ensinamentos familiares, nas crenças religiosas” Dora Porto.

Muitas vezes e de muitos modos ouvimos dizer que nascemos para sermos pessoas livres, capazes de muitas realizações.

Mas, o que é, de fato, ser uma pessoa livre? Observamos que o que está distorcido é o conceito de liberdade. Ser livre nunca foi fazer o que dá na cabeça. Ser livre é ter, sim, mais poder, mas é também arcar com os deveres gerados por este poder.

Um adulto, com certeza, é mais livre que uma criança, pode realizar mais coisas, conduzir sua vida como quer, e para onde quer, ter uma profissão, ganhar seu próprio dinheiro, entretanto, neste poder mais, assume compromissos que não podem ser descumpridos. Aqui precisamos pensar um pouco em uma outra atitude que não pode ficar esquecida.

Responsabilidade é a habilidade de responder a algo, de corresponder a uma expectativa. Responsável é aquele que consegue agir de acordo com o que se espera dele. Desse modo, responsabilidade implica em relação, em cuidado, em atenção ao outro. Assim, liberdade fica bem ao lado de responsabilidade.

“Proponho-vos a vida e a morte, a bênção e a maldição. Escolhe, pois, a vida, para que vivas tu e tua descendência” (Dt 30,19).

A liberdade mais profunda é construída o tempo todo no exercício das pequenas escolhas. Podemos optar por sermos indivíduos que dão importância apenas às decepções e insistem em enfatizar as falhas e deficiências. Podemos decidir em ser pessoas amargas, raivosas e tristes. Ou, ao contrário, podemos, mesmo quando enfrentarmos dificuldades, optar por aprender com a experiência e seguir em frente, assumindo a responsabilidade pela nossa felicidade.

Ao longo da vida são necessários ajustes, porque a vida nem sempre é um mar de rosas. Não percamos a fé, nem a esperança. “Continuemos nossa caminhada tão cheia de lutas e desafios. Para cada tempo há um jeito de ser, uma forma de ganhar, uma forma de perder, um jeito de permanecer de pé”. Pe. Fábio de Mello

Ir. Deuceli Kwiatkowski

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Olhar para dentro de si

Cada fase de nossa vida é realmente muito curiosa. Oscilamos muito! Muitas vezes queremos ficar sozinhos, outras vezes falamos muito, temos medo de tomar decisões e enfrentar a vida, decidir-se por algo ou por alguém. E o certo é que a vida segue ser curso e não podemos ficar parados. É preciso avançar, caminhar, mexer-se, tomar atitudes que nos movam para os nossos sonhos e desejos.

Mas há algo em tudo isso que nos faz sempre olhar para fora de nós. O mundo ao nosso redor nos envolve de tal forma que nos diz o que fazer, como ser, o que vestir, o que ter, etc. Se não agimos conforme os padrões previstos pela sociedade, temos a impressão de não sermos aceitos. E é aí que entra o poder da interioridade.

“Ser capaz de olhar para dentro de si com um olhar generoso, otimista, criativo é um grande dom”. Hélcio Alvim


Viver em sociedade supõe, sim, ser aceito. O que não significa render-se às exigências, tantas vezes, absurdas.

A interioridade precisa ser cultivada. Os estímulos que recebemos diariamente são quase sempre para que nos voltemos para fora de nós mesmos. O que não significa que tudo seja um mal em si. Precisamos criar espaços para que, mesmo que por alguns momentos, nos voltemos para dentro, nos amemos do jeito que somos, nos perdoemos.

Em uma entrevista com o grande cirurgião plástico Ivo Pitanguy, fizeram-lhe a seguinte pergunta: “O senhor é um grande cirurgião e já realizou milhares de cirurgias plásticas nos outros. Por que nunca sujeitou-se a fazer uma cirurgia plástica? Porque só faz cirurgia plástica quem não se tolera. Eu me tolero”.


Olhar para dentro de si, amar-se e, ao mesmo tempo, ir amando, é um bom exercício que nos ajudará a abrir-nos aos outros. A interioridade é mais um caminho que facilitará a convivência com quem nos cerca. E, nesta convivência madura, vamos crescendo interiormente. Há tesouros, dentro de nós, que não são comidos pelas traças nem levados pelo tempo. Importante é ser!


Ir. Deuceli Kwiatkowski

Todos procuram Jesus


Quando Jesus vivia na Galileia, sua fama já tinha se espalhado por toda parte e as pessoas só falavam no Mestre de Nazaré e a Ele buscavam incansavelmente.

Jesus tinha consciência de sua missão e sabia que somente na intimidade com Deus encontraria forças para continuar a realizar a vontade daquele que O enviou.

Por isso, se levantava muito cedo, antes do sol nascer, para poder estar a sós com o Pai. “De madrugada, quando ainda estava escuro, Jesus se levantou e foi rezar num lugar deserto. Simão e seus companheiros foram à procura de Jesus. Quando O encontraram, disseram: todos estão te procurando!” (Mc 1,35-37)

Na oração fecunda, no diálogo interior, na experiência da presença do Pai, no silêncio e no louvor, estão a fonte de sua atividade missionária. Os discípulos procuram Jesus; na verdade, todos O buscam, e O encontram rezando.

Cada vez mais, as pessoas procuram exatamente aqueles que vivem na intimidade da oração porque o homem que reza alcança todos os que o procuram.

“A oração afina a alma, faz enxergar com os olhos da fé, torna o coração mais livre e mais atento aos outros”.

Todos procuram Jesus porque encontravam nEle a misericórdia e não a condenação; o amor e não o ódio; a paz e não a discórdia; o abraço e não a rejeição; a vida e não a morte; a força e não a fraqueza; era Ele que alimentava a esperança de que um dia todos teriam a vida plena.

Todos procuram Jesus porque Ele ensinava com a própria vida que a dor e o sofrimento fazem parte da realidade humana, assim como a misericórdia e a graça de Deus. “Filha, a tua fé te salvou. Vai em paz e sê curada de teu mal” (Mc 5,34).


Jesus era uma pessoa que transbordava em alegria e amor. Uma pessoa que ama é uma pessoa feliz! Se escolho a vida, eu serei verdadeiramente feliz!


Ir. Deuceli Kwiatkowski

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Os dias de Jesus

Quando Jesus deu início à sua pregação, as pessoas logo sentiram-se atraídas pelo seu jeito de ser e de amar. Ele era diferente dos outros pregadores; não ficava esperando que as pessoas viessem ao seu encontro, mas Ele mesmo ia ao encontro.

Um mistério cativante, um encanto inexplicável criavam ao redor dEle uma atmosfera de amor, de alegria, de fé. Ao seu olhar, não escapavam sequer os menores detalhes da vida. Muitos o viram chorar, maravilhar-se, admirar-se. Suas palavras eram cheias de misericórdia e compaixão. Nunca ninguém viu ou ouviu nada semelhante.

Incansavelmente Jesus atravessava cidades e aldeias e sua voz era ouvida no templo aos sábados e nos outros dias, nas colinas, nos campos, nas casas ou na beira do mar. Às vezes era tamanha a multidão que se aglomerava ao seu redor, que Ele precisava entrar num barco para poder pregar ao povo que permanecia atento às suas palavras porque eram como ovelhas sem pastor.

O dia de Jesus era sempre intenso: curava os doentes que vinham suplicar-lhe a cura de suas enfermidades ou de seus familiares e amigos, falava com simplicidade com as pessoas diante de um poço, ou sentado à mesa com os seus amigos, abençoava e abraçava as crianças, enaltecia a dignidade das mulheres, perdoava os pecados sem condenar. Jesus nunca viveu para si, mas viveu para distribuir vida em abundância.

A fama do Mestre da Galileia pouco a pouco se espalhava por toda a região. Jesus era seguido continuamente pela multidão e sempre que se retirava para ficar só, em oração, os discípulos o procuravam para dizer: “Todos estão à tua procura” (Mc 1,37). E Ele retornava para o povo que o aguardava.


Ir. Deuceli Kwiatkowski

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Nossas crianças e jovens estão crescendo.

Ajudemo-los a se tornarem grandes!

Eis o desafio que nos toca num mundo tão marcado pela velocidade alucinante das transformações que nem sempre conseguem ser assimiladas e geram no ser humano um sentimento profundo de cansaço, instabilidade e desilusão. Temos a impressão que estamos sempre em falta, correndo atrás de algo que, na verdade, não preenche o vazio humano.

Mas esta realidade, longe de causar confusão e perda de referências, nos aponta caminhos que nos permitem ver, com clareza e convicção que é preciso salvar as famílias se queremos uma sociedade mais saudável, equilibrada, centrada nos verdadeiros valores.

Educar nossas crianças, jovens e adolescentes, se torna, desse modo, uma tarefa urgente e árdua principalmente num mundo que tantas vezes mostra o mal disfarçado de bem.

Sem dúvida, o que faz falta às crianças e jovens são modelos a imitar; modelos reveladores de vidas plenas de amor verdadeiro, da solidez da família, dos valores cristãos! Uma pessoa ajustada é sempre uma pessoa mais humana, mais alegre, mais generosa. Olha para as coisas com ternura, com humor e desapego. Será sempre uma pessoa mais feliz e capaz de escolher o caminho que engrandece a vida.

“O amor é o que nos realiza, é a grande motivação de nossas vidas. Portanto, amamos como somos e se somos fracos, egoístas, orgulhosos, que tipo de amor estamos preparados para dar?” Dora Porto

A vida em família é uma contínua edificação. Pais e filhos aprendem a amar quando são amados, a respeitar quando são respeitados, a lutar na vida quando acreditam que são capazes e que o trabalho engrandece o ser humano, a não julgar quando sabem colocar-se no lugar do outro, a serem generosos quando entendem o valor da fraternidade, a perdoar quando compreendem que as fraquezas fazem parte da fragilidade humana.

Portanto, animar as nossas crianças e jovens a serem bons e entusiasmá-los com o bem e a verdade é o maravilhoso desafio que realmente vale a pena todo investimento de nosso tempo.


Ir. Deuceli Kwiatkowski