Proibido deixar de viver!

Todos sabemos que viver é um grande dom, mas um grande desafio para aqueles que, de fato, buscam a essencialidade da vida. Infelizmente boa parte do nosso tempo vivemos correndo e, frequentemente, não chegamos a lugar algum porque não aperfeiçoamos nossa capacidade de refletir e interpretar a vida que vivemos.

Há momentos em que é preciso vencer a agitação da vida moderna, parar em algum lugar e ali ficar, silenciar, aconchegar-se num cantinho e encantar-se com o que a vida oferece como dom. É no silêncio que a vida fala, inspira, emociona, sugere, acrescenta, confirma.

“Quanto mais uma pessoa é capaz de pensar a vida, suas escolhas e o jeito de encaminhar suas decisões, maior será a possibilidade de uma experiência harmônica e equilibrada de si mesmo e dos outros” Pe. Fábio de Melo.

Por isso, amar a vida simples, dos pequenos gestos, das pequenas atenções e delicadezas ajuda-nos a caminhar serenos e a encontrar significados verdadeiros e profundos que alimentam a alma de alegria e esperança para continuarmos nossa caminhada humana.

Às vezes, somos tão esquecidos que por todos os lados deveriam existir placas onde pudéssemos ler: Proibido andar pela calçada sem observar as flores nos jardins. Proibido deixar de sorrir. Proibido deixar de olhar para as pessoas. Proibido passar sem descansar um pouco debaixo de uma árvore. Proibido não ouvir o canto dos pássaros. Proibido deixar de viver!

Quem sabe assim, poderíamos nos lembrar mais vezes que somos parte de uma imensa vida que generosamente torna possível a felicidade na simplicidade das pequenas realidades da vida. Sem dúvida, seríamos pessoas melhores, mais atentas, mais generosas e “aprenderíamos, com um pouco de empenho, a deixar de lado o zelo excessivo por coisas que foram feitas apenas para se usar, e passaríamos a amar mais tudo aquilo que compõe a essência da existência humana porque só possuímos na vida o que dela pudermos levar ao partir”! Papa Bento XVI.

Sábios são aqueles que vivem como se não possuíssem nada “porque as coisas deste mundo passam”. Animemo-nos a viver bem! Deus caminha conosco e nos ilumina para que possamos também emprestar esta luz para os outros. Bondade é algo que se aprende! Tornamo-nos melhores quando amamos!

Ir. Deuceli Kwiatkowski

Não perder de vista

Um novo ano começou e desejos de paz, felicidade, saúde tomaram conta de nossos pensamentos e de nossos mais profundos sentimentos que dividimos com tantos amigos e familiares na esperança de dias melhores.

Mas desejar apenas não basta! É preciso decidir-se e tomar atitudes que demonstrem que, embora as ocupações diárias, indispensáveis ao viver, estamos dispostos a repensar nosso jeito de pensar, de viver e de agir porque “cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é” .

“Na verdade, o outro imagina quem sou, mas somente eu sei quem sou! Somente eu conheço a realidade da minha vida que envolve dor e alegria, angústia e esperança”.

Mas não estamos sozinhos nesta jornada da vida porque temos um Pai que se ocupa de nós e é precisamente Ele que guia, orienta e assinala o comportamento, as opções e a vida das pessoas.

A vida em contato com Deus faz esvaecerem o medo e a insegurança porque na oração, sentimo-nos como filhos que abrem a Ele o próprio coração, os sentimentos, as esperanças e as dores “Pedi e vos será dado, buscai e achareis, batei e vos será aberto” (Mateus 7,7). 

“Quem bem sabe rezar, sabe igualmente bem viver" (Santo Agostinho, Serm. 14).

Investir em bons negócios, em aprimoramento profissional é muito importante porque o mundo assim exige. Porém, não podemos perder de vista que a vida não é só isso! “Que vantagem tem o homem em ganhar o mundo inteiro, se depois prejudica sua alma?, diz Jesus.

Se estamos na vida podemos optar por caminhar com os pés no chão, sem fugir da realidade, sem vitimismo, mas firmes na esperança, fortes na tribulação e perseverantes na oração. Lembremo-nos que cada dia é uma grande possibilidade que temos para recomeçar a olhar mais para as realidades que não passam do que para aquelas que passam porque “o essencial é invisível aos olhos!”.

Ir. Deuceli Kwiatkowski