domingo, 14 de julho de 2013

Santa Marcelina – grande educadora de santos!

Uma jovem bela, rica, inteligente e nobre. 


Marcelina nasceu em Roma há mais de 1.600 anos, no ano de 327dC. Seu pai era prefeito romano e, ao ser eleito governador das Gálias, em Treviri (França), foi transferido para lá por alguns anos com sua esposa e seus dois filhos Marcelina e Sátiro.

Durante sua administração destacou-se por ser um homem de coração bom, piedoso e justo. Marcelina sentia-se feliz por ter nascido numa família cristã que soube educá-la na fé, no amor a Deus e aos pobres, no sacrifício, na oração. 

Desde pequena Marcelina foi sendo formada nos valores cristãos e assim aprendeu a vivê-los com seriedade e amor! Mais tarde, ela ensinaria tudo a seus dois irmãos Sátiro e Ambrósio, fazendo com que se tornassem grandes homens para a sociedade e para Deus. Eles a amavam com amor filial.

Quando Marcelina tinha apenas 13 anos seu pai faleceu. Quanta dor! Sua mãe e seus dois irmãozinhos também sofreram muito com a ausência daquele pai tão bondoso com todos. Mas eles precisavam ser fortes porque a vida assim exigia de cada um. Decidiram então voltar para Roma e ali viver guardando viva a memória dos seus exemplos inesquecíveis. 

Marcelina tornou-se uma jovem encantadora e muitos rapazes queriam se casar com ela. No entanto, seu coração já pertencia a Deus a quem aprendeu a amar e a respeitar profundamente. Quando tinha 20 anos, outra dor invadiu seu coração: a morte de sua querida mãe. Agora Marcelina tinha total responsabilidade sobre a educação de seus dois irmãos. Estavam órfãos! Marcelina, como irmã mais velha, sabia que devia cuidar deles como mãe zelosa. E assim o fez por toda a vida!

Para levar adiante esse projeto, retirou-se para uma vila tranquila, em Cernusco, perto de Milão, e passou a viver em contato com a natureza.

Aos 25 anos, o desejo de entregar toda sua vida a Deus realizou-se plenamente. Publicamente e, diante do Papa Libério, na noite de Natal, ela recebeu o véu das virgens e prometeu que viveria para sempre como esposa de Cristo, pobre, simples, amando e cuidando dos pequenos e sofredores. Sua vida foi um grande testemunho de amor aos mais carentes da sociedade, de amor e fidelidade à Igreja.

Marcelina passou toda a sua vida dedicada aos pobres e aos seus irmãos. Viviam unidos, trabalhando, rezando, lutando pelo bem e servindo a quem precisasse. Renunciou às riquezas materiais que foram doadas aos pobres. Tocadas pelo testemunho de amor de Marcelina, muitas outras jovens passaram a viver como ela.

Sátiro e Ambrósio estudaram com os melhores mestres e dedicaram-se com sucesso aos estudos jurídicos, tornando-ser homens públicos de grande prestígio. Sátiro, renomado advogado, ao voltar de uma arriscada viagem à África, onde fora por amor à justiça e aos pobres, naufragou e foi obrigado a deter-se em Roma, gravemente doente. Foi durante essa terrível viagem de volta que Sátiro recebeu o batismo e a Eucaristia. Desejoso de reunir-se aos irmãos, morreu santamente em Milão assistido por Marcelina e Ambrósio, no dia 17 de setembro de 379.  Os dois irmãos sentiram mais uma vez a dor da perda, mas sustentados pela fé seguiram em frente.

Ambrósio tornou-se um grande Bispo em Milão e era estimado por todos pela sabedoria de suas pregações. Ministrou o batismo a Agostinho de Hipona, tornou-se um grande defensor dos pobres, lutou pela verdade do Evangelho e pela justiça com a caridade e com a força da oração.

Em abril de 397, Marcelina, mulher forte na fé, teve que suportar mais uma vez a dor. Ambrósio, aos 57 anos, fica gravemente doente e morre. Marcelina sofre sozinha e naquela dor sentia que sua hora também estava chegando. Poucos meses depois, no dia 17 de julho do mesmo ano, com 70 anos de idade, uniu-se à sua família no céu para receber de Deus a recompensa por ter vivido santamente todos os dias de sua vida e por ter educado seus irmãos de forma exemplar.

Hoje, nós a invocamos carinhosamente como Santa Marcelina, grande mestra e educadora, padroeira das Irmãs Marcelinas. Que Santa Marcelina, São Sátiro e Santo Ambrósio intercedam por todos nós, pelas nossas famílias, pelos doentes, pelos pobres e abandonados para que sejamos fieis aos ensinamentos de Cristo enquanto ainda caminhamos pelas estradas deste mundo.


Ir. Deuceli Kwiatkowski

sábado, 6 de julho de 2013

Chegadas e partidas

No vai e vem da vida encontramos pessoas, ficamos felizes por conhecê-las, aprendemos a amá-las, descobrimos suas preferências, conhecemos suas ideias, partilhamos a vida, alegrias e sonhos, dores e sofrimentos e, um dia, as deixamos ou elas nos deixam partir.

Há aquelas pessoas que encontramos apenas uma vez na vida e nunca mais as vemos. Sua lembrança se apaga de nossa mente. Chegam e partem rapidamente. Outras ficam um pouco mais, dias talvez e também se vão. Deixam lembranças boas e nós guardamos as suas palavras, as histórias contadas entre sorrisos e saudosas lembranças. Mas também partem rapidamente. Outras permanecem por muito tempo, anos e anos. Ficam em nós porque guardamos o tom de sua voz, o jeito de falar, de sorrir, de brincar com as mãos quando falam, os abraços dados, as noites passadas contando o que a vida ofereceu de presente ou tirou inesperadamente.

E assim, entre partidas e chegadas, entre sorrisos e lágrimas a vida se faz no dia a dia. Já que não temos morada permanente aqui nesta vida, deixemos as pessoas com palavras amorosas pois não sabemos se as veremos novamente.

Olhemos para Jesus. Ele amava verdadeiramente seus amigos e, um dia, decidiu ir até a casa de Marta e Maria para estar com elas (Lc 10, 38-42). Imaginemos a alegria deste reencontro fraterno e amigo. Enquanto Marta se ocupava de outros afazeres, Maria não teve dúvidas e rapidamente colocou-se aos pés do mestre para ouvi-lo contar sobre suas andanças pelas cidades e aldeias, anunciando o reino de Deus às multidões que o buscavam por todos os lugares. Não existia nada mais importante para aquela mulher do que estar ali com o mestre, hospedando-o em seu coração para que sua vida se enchesse de luz.

Maria sabia que Jesus não ficaria em sua casa por muito tempo porque partir era inevitável. Sua missão era grande demais, mas ele sabia encontrar tempo para estar com quem amava. Ali, naquele simples lar, queria encontrar um pouco de alívio e simplesmente descansar entre amigos.

Maria escolheu a melhor parte. Compreender a importância do momento presente significa ficar com o melhor, com o essencial. Significa não perder a oportunidade de estar profundamente na presença de quem se deve estar. Quando voltaria a ver Jesus? Não sabia quando reencontraria aquele que enchia seu coração de paz, que encantava a todos com palavras de sabedoria e que a fazia sentir-se tão amada. A oportunidade era única, não se repetiria novamente embora pudessem existir outros momentos como aquele.

Inegavelmente Jesus era diferente de todos os homens. Sabia estar com as pessoas, amava-as como mereciam ser amadas. Ninguém saía de sua presença sem sentir-se tocada por ele. Maria compreendeu aquele momento e permaneceu no melhor lugar: aos pés do amigo.

Quando compreendermos que a vida é uma eterna experiência de partidas e chegadas, nossos encontros se tornarão mais verdadeiros e profundos. Escolheremos a melhor parte e nos sentiremos felizes por deixarmos as pessoas com palavras e sentimentos de amor.


Ir. Deuceli Kwiatkowski