domingo, 20 de novembro de 2011

Optar pela vida!

Entre os grandes escritores que sabem colocar as palavras no lugar certo e, assim, as tornam cheias de significado, está Thomas Merton. Nasceu na França em 1915 e, anos depois foi para os Estados Unidos onde tornou-se Monge Trapista. É autor de mais de 40 livros, muitos já traduzidos e publicados no Brasil.

Sem dúvida, sua experiência de vida, dentro e fora do mosteiro, tornou-se fonte de inúmeras reflexões que foram sendo amadurecidas no silêncio da contemplação e transformadas em palavras, depois em capítulos e, por fim, em tantos livros que percorrem o mundo.

Creio que os monges sempre têm algo de muito importante a nos dizer porque o Mosteiro é uma escola onde se aprende de Deus a ser feliz.

Thomas Merton em um dos seus livros nos diz: “Se não tive a oportunidade de escolher a época em que viveria, tenho, no entanto, uma opção quanto à atitude que tomo e quanto à maneira e à medida de minha participação nos acontecimentos vivos que se sucedem. Trata-se de assumir uma tarefa e uma vocação no mundo, na história e no tempo. O meu tempo, que é o presente.

Optar pelo mundo é optar por fazer o trabalho de que sou capaz, em colaboração com meu irmão e minha irmã, para tornar o mundo melhor, mais livre, mais justo, mais habitável, mais humano”.


Portanto, este é o tempo de Deus para nós! É aqui nesta cidade, nesta família, nesta escola, no meu trabalho, na minha casa, com meus amigos e parentes que devo realizar o que Deus reservou para mim. A realidade atual não deve nos deixar perplexos, mas deve nos apontar caminhos que nos ajudem a continuar optando pela vida, pela fé, pela esperança, pelo amor.

Optar pela vida, em cada dia, significa assumir nesta vida os valores e ideais que Jesus viveu e ensinou, por mais diferentes que sejam de tudo aquilo que nos cerca. Significa realizar pequenos gestos que geram vida, alegria, simpatia nos corações.

Sejamos construtores de pontes e não construtores de muros que dividem. Um ato de amor vale mais do que mil palavras. Palavras passam... atos permanecem para sempre!


Ir. Deuceli Kwiatkowski
Religiosa Marcelina – Rio de Janeiro

Natal do Menino Jesus!

No final de cada ano temos a sensação de que os dias estão passando mais rapidamente e quando nos damos conta levamos um susto porque já é Natal! 

Ele chega com todo seu encanto, ternura, beleza, mas, aos poucos, somos invadidos pela loucura das ofertas e da correria das compras e nossa atenção desvia-se do essencial. E aí perguntamo-nos: pra quê tudo isso? Fazer-se esta pergunta é fundamental para voltarmos o nosso olhar e nossa vida para o verdadeiro sentido do Natal Cristão.

Infelizmente, para muitos, Natal é sinônimo somente de dar e receber presentes. Um consumismo desenfreado que longe de representar verdadeiramente o significado mais profundo desta data, leva as pessoas a uma vida vazia e de aparências. Tudo acaba depois da ceia de Natal. As pessoas se despedem, vão para suas casas e os dias continuam da mesma forma, sem luz, sem brilho, sem alegria, sem a troca de amor, de atenção, de carinho... sem Deus!

Muitos comemoram a festa natalina e nem sabem que Natal significa nascimento: o dia do nascimento de alguém. Fazem festa para si mesmos, com muita comida e bebida e nem sabem quem é o aniversariante. É lamentável! Se cada um de nós tem o dia de seu natal, como poderia Jesus não ter o dele?

“E o verbo se fez carne e habitou entre nós. Nós vimos a sua glória, glória que Lhe vem do Pai como Filho Unigênito, cheio de graça e de verdade”. (Jo 1,14)

Para nós que acreditamos, celebrar o Natal é festejar o encontro de Deus com o homem! Haverá dom maior que ter um Deus vivendo conosco a nossa vida humana?

Natal é a festa com a qual se celebra não um acontecimento passado que ocorreu há mais de 2000 mil anos e acabou, mas algo presente que é ao mesmo tempo começo de um futuro eterno que vem se aproximando. É a festa do nascimento da eterna juventude! Nasceu-nos um menino, mas não é um menino que começa a morrer no momento em que começa a viver. É o menino que traz consigo definitivamente a eterna vida... a eterna juventude!


Ir. Deuceli Kwiatkowski
Religiosa Marcelina – Rio de Janeiro