domingo, 1 de maio de 2011

Natal: a festa do Amor!



Quando iniciamos o mês de dezembro parece que algo acontece dentro de nós e tudo fica mais bonito, mais cheio de ternura e de paz. Parece que a tolerância encontra mais espaço entre as pessoas e a solidariedade encontra corações mais abertos e acolhedores e, por algumas semanas, lembramos mais de que é possível ajudar alguém, estender a mão, amar mais.

É incrível como tudo isso acontece e de ano em ano voltamos a ter sentimentos que nos enchem de paz e de profunda alegria. Por que será que isso acontece? Por que o natal nos toca tanto?

“E o verbo se fez carne e habitou entre nós; e nós vimos a sua glória” (JO 1,14). É exatamente na ternura de um nascimento que encontramos a razão de nossa fé: Deus veio até nós para nos trazer a Paz! Ele se faz homem para que nos tornemos mais humanos. Ele nasce na simplicidade para que não nos iludamos com as aparências. Ele recebe pastores e reis para que saibamos ser irmãos. Ele chega de mansinho no coração da noite para que compreendamos que os grandes gestos são silenciosos. Ele nos traz o amor para que tenhamos a alegria de viver. Ele chega tão perto para que possamos abraçá-Lo.

Ele vem! Vem para nos dizer que o amor existe, resiste, vence. Ele vem para dar mais sentido ao nosso dia a dia. Ele vem para fazer-nos caminhar na esperança e para dar-nos a certeza de que cada dia de nossa vida pode ser um feliz natal!

Celebremos o NATAL, a festa do Amor! Porque celebrar o Natal é festejar o encontro de Deus com o homem! Cristo é a nossa estrela! A estrela que aponta o caminho de nossa vida e nos faz caminhar na luz.

Que na noite santa do Natal de Jesus, nosso coração seja a acolhedora manjedoura onde o Menino-Deus encontrará lugar para nascer e ali permanecer.


Ir. Deuceli Kwiatkowski
Religiosa Marcelina – Rio de Janeiro

Jesus nos trouxe Deus!

Em todos os tempos, o homem sempre se perguntou a respeito da vida, da morte, do futuro do qual se aproxima. Ele quer rasgar a cortina, quer saber o que acontecerá depois para escapar do mal e ir ao encontro da salvação. Por isso, as religiões são importantes porque podem mediar sobre o que há de vir e podem, assim, indicar ao homem um caminho que deve tomar para não fracassar. Elas têm o objetivo de equilibrar nosso coração para vivermos bem nossas relações humanas.

Diante de um mundo marcado por tantas guerras, destruições, tragédias naturais e humanas, o Cardeal Joseph Ratzinger, nosso Papa emérito Bento XVI, levanta uma grande questão: “Mas então o que é que Jesus realmente trouxe, se não trouxe nem a paz para o mundo, nem o bem-estar para todos, nem um mundo melhor? O que é que Ele trouxe?

E a resposta é dada de um modo muito simples: DEUS! Ele nos trouxe Deus! Ele trouxe aos povos da Terra o Deus cujo rosto lentamente foi sendo desvelado desde Abraão, passando por Moisés e pelos profetas.

De uma forma tão extraordinária e bela, ele continua a nos dizer. “Ele nos trouxe Deus: agora conhecemos o seu rosto, agora podemos chamar por Ele. Agora conhecemos o caminho que como homens devemos percorrer neste mundo. Jesus trouxe Deus e assim a verdade sobre nosso fim e a nossa origem; a fé, a esperança e o amor. Somente por causa da dureza do nosso coração é que pensamos que isso seja pouco. Sim, o poder de Deus é suave neste mundo, mas é o verdadeiro, o poder que permanece”.


Não podemos arriscar a eternidade pelos poucos anos vividos neste mundo. Nós conhecemos o caminho e sabemos como caminhar por ele: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”
(Jo 14,6). Não basta observar a realidade a partir da fé, é preciso trabalhar com o Evangelho nas mãos e deixá-lo transparecer na vida.

Que o Senhor nos ajude a ver a história como Ele a vê, a julgar a vida como Ele o faz, a escolher e amar como Ele, a cultivar a esperança como Ele nos ensina e a viver nEle a comunhão com o Pai e o Espírito Santo.

“A fé cristã é um caminho... e é próprio de um caminho que, só andando por ele, se possa saber como caminhar nele”, nos diz Bento XVI.


Ir. Deuceli Kwiatkowski
Religiosa Marcelina – Rio de Janeiro

Na Última Ceia... os segredos do coração!


Jesus eleva os olhos ao céu e começa sua oração num diálogo profundo com o Pai. Sabia que sua hora chegara e Ele a cumpre plenamente. “Pai, é chegada a hora, glorifica teu filho, para que teu filho te glorifique a Ti” (Jo17,1). 

Jesus queria plantar a semente da eternidade no coração de cada ser humano. “Se o grão de trigo não morrer, fica ele só, mas se morrer, produz muito fruto” (Jo 12,24). Jesus mesmo se tornou pão para nós, e esta multiplicação de pães durará inesgotavelmente até o fim dos tempos porque Ele é o Pão da Vida.

“Deus não se impõe... sua presença chega até o mais profundo de nosso ser”, nos diz o Papa emérito Bento XVI. Os dias de Jesus sobre a Terra foram para nos revelar os segredos do coração desse Pai. Um Pai que não sabe não amar seus filhos porque é misericórdia e compaixão. Deus respeita nossa liberdade, mas anseia profundamente pela nossa salvação. Quanto mais conscientes do que somos, fazemos e podemos, mais seremos homens e mulheres realizados.

Ao longo de milênios, o povo escolhido foi aprendendo a pedagogia de Deus, e foi sendo construída uma longa história de amor e fé, revelada plenamente em Jesus. A missão de Jesus foi ensinar-nos a amar. Amar de um jeito certo, sem amarras, sem egoísmo, sem dependência.

Amar nunca foi fácil também para os primeiros discípulos porque não sabiam amar alguém além de si mesmos ou de uns poucos mais íntimos. E Jesus foi entrando em suas vidas devagarinho, com paciência e foi ensinando-lhes a linguagem do amor por meio de palavras incomuns e gestos surpreendentes. “Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei!”
(Jo 15,12). Eram jovens demais, frágeis e não lapidados pela vida. Tinham medo da dor e do sofrimento. Por isso, Jesus disse: “Pai, guarda-os em teu nome!” (Jo 17,11). Suas palavras revelavam o cuidado com aqueles que tão intimamente viveram com Ele a experiência profunda da revelação divina.

Jesus era um homem tão extraordinário que só poderia ser Deus! Mesmo os ambientes ameaçadores não o perturbavam. Jesus era tão cativante que despertou a sede do saber nesses jovens, em cujas mentes não havia mais do que peixes, redes, barcas. “Quem tem sede, venha a Mim e beba”
(Jo 7,37). Esta é a fascinante experiência do amor: chegar na vida de alguém para ampliar seu mundo porque só quem ama de verdade tem disposição de ir além da superfície.


Ir. Deuceli Kwiatkowski
Religiosa Marcelina – Rio de Janeiro