sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Fé na palavra de Jesus!

Cada novo dia começava para Jesus com uma certeza: a Boa Nova precisava ser anunciada a todos os corações de boa vontade. 

Por isso, Jesus apressa-se e  coloca-se a caminho até o lago de Genesaré.

Certamente ele gostava de estar ali para observar a vida daqueles simples pescadores de peixes que não tinham nenhuma grande ambição, a não ser a de levar o sustento diário para suas famílias.

Mas aquele não seria um dia comum. Atraída pelo Mestre de Nazaré, uma multidão acorreu até ele (Lc 5,1-11). Eram homens e mulheres sedentos de uma palavra de esperança e de vida. Aos poucos, a multidão foi se comprimindo ao redor dele para ouvir a Palavra de Deus. Jesus, então, viu dois pequenos barcos e os pescadores que haviam desembarcado. Eles, certamente, cansados e desanimados depois de uma noite inteira de trabalho inútil, limpam as redes na beira do lago.

Jesus pediu a Simão, o pescador, para subir no seu barco para dali falar à multidão. Ele precisava de colaboradores para proclamar a Boa nova. Depois que acabou de falar, Jesus voltou-se para Simão e disse-lhe: “Vá até o mais profundo do lago e lance as redes”. Era necessário sair da margem e ir mar adentro.

As palavras de Jesus devem ter soado aos ouvidos daqueles pescadores experientes, conhecedores dos segredos do mar, como uma estupidez. Eles haviam trabalhado a noite inteira sem conseguir apanhar um só peixe e agora, em pleno dia, Jesus manda lançar as redes para a pesca.  Apesar de tudo, Simão e seus companheiros o reconhecem como Mestre e cumprem a ordem imediatamente: “Porque tu o mandas, lançarei as redes”.

Bela é a atitude de confiança e de obediência de Simão à palavra do Mestre. Ele acreditou mesmo quando tudo lhe parecia sem sentido e contrário aos seus longos anos de experiência. É a partir dessa atitude de obediência que se operam os grandes milagres, que se realiza o que aparentemente é impossível.

“Há coisas na vida em que só sei acreditar, mas ainda não sei entender”. Pe. Fábio de Melo

Da obediência e da fé de Simão à palavra de Jesus, acontece o milagre: as redes cheias de peixes estão a ponto de arrebentar, tal era a quantidade de peixes. Deus é abundante em seu amor! Todos ficam extasiados, mas o medo que toma conta deles não os cega, mas os ilumina para ver, para compreender e para reconhecer que a ação de Deus pode irromper a qualquer momento e no meio de qualquer atividade da vida dos homens.

A força da palavra de Deus, manifestada em Jesus, muda radicalmente a vida de Pedro e de seus companheiros e uma nova história começará. “...e deixando tudo, eles o seguiram”.

Ir. Deuceli Kwiatkowski

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Família: berço da vida e do amor!

Desde o início da criação, Deus não queria que o homem vivesse só. Queria dar-lhe alguém com quem pudesse partilhar a existência, viver em comunhão, gerar vida e alegria. Ele tinha um projeto fascinante!

Queria um lugar especial que se tornasse berço da vida e do amor, um lugar sagrado. 

Um lugar onde a vida pudesse ser protegida, amada, cuidada, respeitada. Um lugar onde o homem pudesse encontrar descanso, refúgio seguro, abrigo tranquilo. 

Um lugar onde pudesse provar a felicidade no abraço sincero, no sorriso gentil, no olhar verdadeiro, na escuta amorosa, no amor recíproco. Um lugar onde o bem de todos estivesse acima dos interesses pessoais. Um lugar onde o amor e o perdão não se distanciassem, mas caminhassem sempre juntos.

Deus queria um lugar onde todos pudessem sentar à mesa para partilhar o alimento, mas onde pudessem também ser alimentados pelo olhar, pelo sorriso, pela palavra. Um lugar onde a felicidade fosse encontrada na simplicidade de um passeio pelo jardim ou no encontro com um amigo. Um lugar onde o diálogo se tornasse diariamente fonte de crescimento e partilha da vida. Um lugar onde Ele não ficasse de lado e esquecido, mas onde pudessem estar juntos, bem unidos, em cada momento da trajetória da vida.

Este projeto existe! É real e verdadeiro! É um projeto pleno da vontade de Deus porque é neste berço da vida e do amor que o ser humano nasce e cresce! Maravilhoso pensar que quando uma criança nasce, é oferecido, à sociedade, o dom de uma nova pessoa!

A família é o santuário da vida. É o grande projeto de Deus para a humanidade porque contribui de modo único e insubstituível para o bem da sociedade. Educar será sempre um ato incansável de amor que gera vida na gratuidade e na ternura. Não se pode negar que é na família que os valores humanos e cristãos são gerados, confirmados, vividos, testemunhados diariamente por aqueles que têm a vocação especial de serem pais e mães, defensores da vida.

Na família se aprende a conhecer o amor e a fidelidade do Senhor e a necessidade de corresponder-lhe. É ali, nos braços dos pais, que os filhos aprendem as primeiras e mais decisivas lições da sabedoria prática que jamais serão esquecidas. Aprendem a estar a sós com Deus, a viver a solidariedade e a fraternidade, a exercitar-se no perdão, no amor verdadeiro e no cumprimento das próprias responsabilidades sociais.

Aprendem que a vida não é fácil e, por isso, precisam ser fortes, suportar a dor, ter a coragem de levantar nas quedas e prosseguir caminhando sem medo de optar sempre pelo bem.

Jesus também teve uma família onde viveu e cresceu. Seja ela modelo para todas as famílias do mundo inteiro que vivem desacreditadas do amor e carentes de perdão. O projeto de Deus é um projeto de vida que deve ser assumido por todos aqueles que acreditam na força da família cristã.

Ir. Deuceli Kwiatkowski

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Se a vida nos pede...

A vida é uma experiência única! Alguns mergulham fundo, outros ficam na superficialidade. Alguns se encantam com as oportunidades, outros lamentam por ter nascido. Alguns vivem na verdade, outros na mediocridade. Alguns constroem a felicidade, outros esperam que ela simplesmente aconteça. Viver é uma questão de escolha!

Viver será sempre uma aventura fascinante. Não sabemos o que nos espera em cada dia. É uma novidade contínua que nos faz entrar, suavemente, no mistério da vida. Dor e amor. Guerra e paz. Luto e vida.

Precisamos ficar atentos ao que ela nos pede. Entrar no ritmo da vida é uma questão de sabedoria. Se ela nos pede simplicidade, que assim seja. Se ela nos pede generosidade, por que resistir ao seu pedido? Se ela nos pede coragem, sejamos fortes. Se ela nos pede decisão, não tenhamos medo. Se ela nos pede ousadia, por que temer o risco?

Viver torna-se um desafio constante porque visivelmente somos afligidos por todos os lados e de diversas maneiras. Sentimo-nos desnorteados, lamentamos, por vezes, os caminhos errados, o tempo perdido, choramos as mágoas, corremos atrás de falsas ilusões e não sabemos o porquê de tanta infelicidade e tristeza interior.

A vida é assim. Nós nos transformamos naquilo que guardamos. Seria bom se guardássemos somente aquilo que nos faz bem, mas, infelizmente, guardamos também aquilo que nos tira a paz, a serenidade e, cada vez que lembramos o que aconteceu, sentimos a dor daquele momento, daquelas palavras, daqueles gestos. E as mágoas surgem com nova força.

Para isto não há remédio, mas o tempo é redentor. Ele sempre estará a nosso favor! Nele e com ele podemos fazer a experiência do distanciamento que nos ajudará a enxergar com mais leveza os acontecimentos do passado para podermos caminhar mais serenos.

Se procuramos em lugares errados a paz interior, certamente não a teremos. Continuaremos fragilizados pela vida sem saber distinguir o que podemos fazer e o que não convém fazer, sem saber o que conservar e o que descartar.

Precisamos resgatar a beleza das finalizações. Sofrer menos por coisas tão pequenas e corriqueiras, por coisas que não valem tanto investimento de tempo e de energia. A vida passa como um sopro e por que morrer sem ter vivido? Aprendamos, em cada dia, a olhar para a vida e a escutá-la atentamente. Muitas vezes, ela está no sussurro.

Portanto, antes que termine o dia, procuremos dar sentido a cada momento. Não façamos da vida um peso, mas lembremos ao nosso coração, que o amor sempre escolhe o bem.

Ir. Deuceli Kwiatkowski

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Sacerdote para sempre!

“Isto é o meu corpo! Isto é o meu sangue!” (Mt 14,22) O que seria da humanidade se não existissem os sacerdotes para tornarem possível a presença real de Jesus na Eucaristia, alimento da alma, pão da vida eterna?

“Jesus levantou-se da mesa, depôs as vestes, pegou uma bacia com água e começou a lavar os pés dos discípulos...” (Jo 13, 4-5) O que seria do povo de Deus se não existissem os sacerdotes para explicarem a Palavra de Deus, luz para os nossos passos?

“Minha filha, teus pecados estão perdoados. Vai em paz e não peques mais” (Jo 8,11) O que seria de nós se não existissem os sacerdotes para perdoarem, em nome de Cristo, os pecados, curando os corações, restaurando a vida?

Deus pensou em tudo! Queria estar conosco! Queria permanecer no meio de nós no amor e na misericórdia. Queria nos acompanhar na trajetória da vida e, para isso, escolheu alguns e os quis para si! Chamou-os e deu-lhes o dom sublime da Vocação!

Homens de Deus no meio do povo e para o povo. Homens da palavra, da ação fecunda, do silêncio contemplativo. Homens que se fizeram servos para viverem como o Mestre e Senhor! Homens que aceitaram a missão de evangelizar o mundo para que a luz de Cristo brilhe nos corações. Homens que assumiram o desafio da escalada das bem-aventuranças, levando consigo a dor do mundo e a própria dor. Homens que, pela fé profunda no mistério da Encarnação, anunciam maravilhosamente este mistério e cantam a glória de Deus.

Homens que entregaram a Deus toda a juventude, sonhos e ideais pela alegria de servir e de manter viva a fé e a esperança no coração de milhões de crianças, jovens e adultos. Homens que se tornaram médicos de corações machucados, feridos, abandonados, despedaçados pela maldade humana. Homens que se transformaram em pastores fiéis, em promotores incansáveis da paz, em defensores ativos da vida! Homens que continuamente revelam o Amor de Deus à humanidade porque experimentaram verdadeiramente este amor. Homens escolhidos pelo Senhor para dizer sim ao amor generoso, à doação alegre, à entrega total de si.

De um sim, nasce um homem novo! Um sacerdote para amar, para perdoar, para abençoar! Um sacerdote para todos! Um sacerdote para sempre!

Ser Sacerdote é ser um outro Cristo aqui na Terra! É sair pelo mundo afora como semeador incansável que compreende verdadeiramente que o lugar privilegiado da missão será sempre o coração do homem!

Ser padre é ser pai! Pai que ama na gratuidade, que anima contra toda esperança, que corrige os erros, que educa na fé, que ensina a viver o Amor Maior, que mostra o caminho da Salvação.

Santos e pecadores, tão humanos como nós! Homens que nunca se cansam de nos apontar o céu porque também desejam o infinito! Desejam a paz daquele que é o autor de todo bem!

Que eles nos ajudem a compreender, com o testemunho da própria vida, que as riquezas deste mundo passam e, somente o Amor de Deus, permanecerá para sempre. Que eles não nos deixem esquecer que “O amor resiste na adversidade. Mostra prudência na prosperidade. É forte no sofrimento. Alegra-se com boas novas. Está acima da tentação. Ele é generoso na hospitalidade. Agradável entre verdadeiros irmãos. Paciente com a falta de fé. O amor é tudo!” Santo Agostinho

Sabemos que o caminho nem sempre é fácil e, por vezes, cheio de desafios, tropeços, incompreensões. Lembremos as palavras de nosso Papa Bento XVI que nos diz: “Com humildade, faremos o que é possível realizar e, com humildade, confiaremos o resto ao Senhor. É Deus quem governa o mundo, não nós. Prestamos-lhe apenas nosso serviço, o quanto podemos e até onde Ele nos dá a força” .

Confiemos em nosso Deus! Ele não abandona seus filhos! Continuemos unidos aos nossos sacerdotes na oração fiel e na ação generosa. Sejamos “sal da terra e luz do mundo” (Mt 5, 13-14) e caminhemos juntos em direção à Terra Prometida.

Ir. Deuceli Kwiatkowski



domingo, 5 de agosto de 2012

Tudo muda quando encontro o olhar de Cristo!

Inquestionavelmente, a vida é uma grande experiência que nos coloca em atitude de escolha a cada passo.

Se escolhermos amar de uma forma bonita, diferente daquela que, tantas vezes, apenas usa o outro, descarta e joga fora, podemos encontrar pessoas que tenham muito a nos dizer porque encontraram um amor que é capaz de mudar tudo na vida.

Tornam-se referências que indicam caminhos seguros, mas, sem dúvida, exigentes porque o amor verdadeiro requer sacrifício, renúncia, doação, entrega. Bom é que já não precisamos descobrir caminhos porque outros já trilharam e nos deixaram ou deixam o testemunho alegre e vivo do encontro com este Amor.

Basta ouvi-los em suas escolhas. Basta vê-los em suas atitudes. Pessoas que amaram com palavras e com elas repreenderam. Pessoas que viveram a vida com alegria e também com uma dose de dor e sofrimento.

Pensemos em Maria Madalena, em Pedro, em Zaqueu. Recordemos nosso inesquecível São João Paulo II, Madre Teresa de Calcutá, Ir. Dulce, Chiara Lubich. O modo como este encontro com o olhar de Cristo aconteceu no coração de cada um, plasmou a face, a personalidade, o jeito de ser e de viver.

Para sempre carregaram as características de uma personalidade que aderiu à proposta de um amor que sente, faz, entende coisas nas quais jamais teriam pensado antes de serem alcançados por este olhar. É um amor que faz ir além da normalidade insuportável de um amor que não se torna atitude verdadeira e serena, mas de uma normalidade relacionada com o infinito: o pequeno se torna grande, o insignificante se torna dom precioso, a vida é exaltada. Tudo se torna grande!

A novidade deste olhar está exatamente na capacidade de viver a alegria na desolação, a serenidade no sofrimento, o entusiasmo nas dificuldades, a perseverança nas adversidades, a fortaleza mesmo diante das situações mais dramáticas da realidade. A influência sobre o ambiente, sobre a sociedade, é dada justamente pelo fato de reconhecer esse acontecimento, viver a fé, ter confiança nesse algo mais de que somos feitos, que se tornou nosso companheiro.

E aí tudo muda porque há Alguém em quem podemos olhar e em quem podemos reconhecer o valor de nossa humanidade, em quem podemos reconhecer o valor do mundo, das pessoas. As palavras que falo, os gestos que faço, as escolhas diárias, tudo assume um novo sentido a partir desta relação com Cristo.

Sem este olhar que permanece no coração do homem, que é o olhar de Cristo, seria impossível viver a esperança cristã que tudo alcança e não decepciona jamais porque é esperança de vida eterna.


Ir. Deuceli Kwiatkowski