sábado, 24 de novembro de 2012

Coisas que aprendi!

Vivemos na vida tantas experiências maravilhosas, significativas, verdadeiras e outras um pouco mais sofridas. De qualquer forma, nós não as esquecemos, boas ou não, fazem parte da nossa história. Jamais nos deixarão porque nos fazem ser o que somos.

Mas neste momento quero lembrar apenas das coisas boas que aprendi com pessoas que jamais esquecerei. Ensinaram-me a viver quase sem palavras. Apenas fui observando e, no olhar, memorizei cada gesto, cada atitude de amor, de entrega, de fé.

Aprendi a viver na simplicidade porque o amor é simples, não é complicado e, tão pouco, mesquinho; ele é generoso, atento, solidário, paciente e prestativo. O amor é tudo na vida!

Aprendi que os gestos de amor substituem as palavras e alcançam os corações. Aprendi que rezar não é perder tempo, mas encontrar-se. É perceber-se dependente de um Outro que chega a nós para ampliar nosso pequeno mundo. Aprendi também que alguns precisam ficar de joelhos para que outros permaneçam em pé.

Aprendi que quando alguém precisa de nós, podemos dividir o que temos. Podemos repartir um pedaço de pão, partilhar uma palavra, realizar um gesto de amor, disponibilizar um coração atento para apenas ouvir. Aprendi que fazer o outro feliz é simples. Por exemplo, quando se faz o bolo favorito é tornar este momento muito especial.

Aprendi que ter paciência quando um filho que está aprendendo a viver ainda faz tudo errado, é um investimento seguro para o mundo. Aprendi que ser honesto não é ser ingênuo, mas é ser um homem de verdade.

Aprendi que cuidar daqueles que cuidaram de nós é a mais bela resposta ao amor recebido. Aprendi que cuidar das coisas de casa é sinal de que amamos aqueles que estão conosco. Aprendi que receber bem quem chega a nós é mais importante do que qualquer outra coisa que estamos fazendo.

Aprendi que há momentos difíceis na vida que nos machucam, mas que não há nenhum problema a gente chorar. Aprendi que para perdoar alguém que nos fez mal é preciso humildade porque todos somos pecadores. E, a qualquer momento, eu precisarei que alguém me perdoe e me compreenda na minha fragilidade.

Aprendi que cuidar das pessoas, organizar bem a casa, realizar tudo com amor era o jeito certo de ser quando crescesse. Aprendi que, independente de qualquer condição social, as pessoas devem ser respeitadas como seres humanos porque o amor vai além das aparências.

Aprendi tantas coisas na vida que me tornaram uma pessoa melhor porque aprendi com pessoas que descobriram um jeito bonito de viver neste mundo. E este jeito bonito de viver se realiza no exercício permanente do amor, um jeito especial de ficar nos corações.

Acreditei nesse jeito de ser e de viver e não sei viver diferente! Será que é possível viver sem amar?

Ir. Deuceli Kwiatkowski


segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Alguém espera por mim!

Passamos boa parte da vida esperando por alguém ou alguém esperando por nós. Algumas vezes, estamos mais tolerantes e não ficamos chateados com o atraso de um amigo que simplesmente esqueceu do compromisso marcado. Desculpamos e seguimos em frente felizes por estarmos juntos num daqueles momentos bons da vida.

Esta espera é simples e nos compromete pouco. Basta estarmos em sintonia com os ponteiros do relógio para não sermos traídos pelas nossas distrações e tudo fica bem. Os compromissos são cumpridos e as pessoas ficam satisfeitas. Deixamos boas impressões e não passa disso, encontros superficiais e passageiros.

Mas, certamente, não é para isso que vivemos. A vida espera muito mais de cada um de nós.  Não estamos na vida como meros ouvintes ou espectadores, assistindo a vida passar sem nos lançarmos profundamente em algo que vale a pena e que dê significado aos nossos dias. Queremos ser felizes, mas felicidade se constrói no exercício das escolhas certas. Aquelas que nos colocam em sintonia uns com os outros em vista do bem comum.

Quem vive somente para si, empobrece o próprio viver porque a beleza da caminhada está na troca de dons.

Há quem espere de nós apenas uma boa conversa e um pouco de atenção, nada mais. Outros desejam que sejamos bons amigos e que estejamos disponíveis quando as coisas estiverem um pouco difíceis. Mas o que nós podemos oferecer àqueles que esperam algo maior de nós?

Se estivermos atentos às pessoas ao nosso redor, vamos percebendo o que elas esperam de nós em cada circunstância da vida. Se nos pedem confiança, confiemos. Se nos pedem o perdão, perdoemos. Se nos pedem um sorriso, demos também um abraço fraterno. Se nos pedem uma palavra de coragem, deixemos Deus falar através de nós. Se nos pedem para serem amadas, amemos sem medo e sem julgamentos. Se nos pedem algo para comer, saciemos a fome. Se nos pedem alívio no sofrimento, permaneçamos juntos em oração. Se nos pedem esperança e força, apontemos o caminho para Deus. Nele está a vida verdadeira.

Amar não é difícil se estamos atentos às oportunidades. Amar é estar perto de quem necessita de nossa presença; é escutar a quem se deve escutar; é fazer o que é preciso.

“Feliz é aquele que compreende que pessoas têm mais valor do que coisas. Que família é presente de Deus. Que amigos deixam a vida mais bonita”. Pe. Adriano Zandoná

É muito triste para uma pessoa, no fim de sua vida, perceber que desperdiçou tempo demais com o supérfluo e desprezou aquilo e aqueles que eram essenciais. Lembremos sempre que alguém pode esperar por nós para receber, mais do que coisas, o testemunho de um amor sincero, de uma fé viva, de uma esperança contagiante.

“Não se pode crer sem ser amparado pela fé dos outros, e, pela minha fé, contribuo também para amparar os outros na fé”. Bento XVI

Ofertemos às pessoas o que temos de melhor. E o melhor de nós, é a certeza que nos anima quando experimentamos a alegria de viver. Deus nos ama verdadeiramente! Sentir-se amado por Deus faz toda diferença na nossa vida.

Ir. Deuceli Kwiatkowski

sábado, 17 de novembro de 2012

Endereço certo!

Em cada dia há sempre uma novidade! Certamente algumas boas e outras nem tanto. Algumas deixam uma sensação agradável como, por exemplo, encontrar pessoas que não vemos há algum tempo ou ficar feliz por receber uma notícia boa. Outras nos deixam perplexos e sem palavras. Mas coisas boas sempre acontecem e isto faz bem à vida!

Neste vai e vem encontramos pessoas de todos os tipos e jeitos. Uma diversidade sem fim de ideias, pensamentos, gostos, crenças que nos enriquecem porque se assemelham ao nosso jeito de ser e de viver ou porque nos estimulam a viver a unidade na diversidade.

O diferente sempre é desafiante porque foge aos padrões que estamos acostumados a lidar. Para isso, precisamos sair de nós mesmos para entender aqueles que estão de mal com a vida, com as pessoas, com o mundo e, acima de tudo, consigo mesmos.

Tantas vezes, vivem brigados com o mundo simplesmente porque não souberam encontrar o endereço certo para permanecerem seguramente. Aventuraram-se por atalhos aqui e ali, iludiram-se pelo brilho das falsas fachadas e pararam em endereços falsos que lhes tiraram toda possibilidade de chegarem a lugares que verdadeiramente poderiam lhes trazer a felicidade, devolver-lhes a serenidade e a paz, sem reduzir a própria liberdade.

Vivem perdidos pelas estradas da vida sem saber direito como seguir adiante porque não endereçaram a vida, os sonhos, os planos, as metas na rocha firme que é Cristo, único que pode dar sentido e raízes à própria existência. Estacionaram em lugares proibidos e ali permaneceram vendo a vida desmoronar, porque os alicerces da própria existência eram inconsistentes.

Muitos não se dão conta de que cada coisa, cada relacionamento, cada alegria, como também cada dificuldade, encontra sua razão última em ser ocasião de relação com o infinito que é Deus. Somente nEle podem encontrar a vida verdadeira que gera alegria profunda e os torna verdadeiramente livres e disponíveis ao amor.

Só Deus pode ampliar os rumos da nossa história, devolvendo-nos a dignidade e a esperança. Só Deus pode nos fazer crescer generosamente e sem mediocridade, propondo-nos novos rumos que conduzem a uma vida autêntica, a uma vida que sempre vale a pena viver em todas as circunstâncias e que nem mesmo a morte pode destruir.

Se não damos a Deus a condução de nossa existência corremos o risco de sacrificar tudo, dando passos à sorte, sem rumo fixo, deixando-nos levar pelo impulso de cada instante.

É bom sempre lembrar que “na casa de Deus posso ser como sou, que, apesar de todas as falhas e fraquezas, no fundo tudo está bem, porque estou nas mãos de Deus, as quais, por meio de luta e derrota, sucessos e fracassos, mais e mais me transformam na imagem que ele fez de mim”. Anselm Grün

Passemos adiante este endereço! No coração de Deus há espaço para todos!

Ir. Deuceli Kwiatkowski

terça-feira, 13 de novembro de 2012

O Ano da fé!

Estamos no ano da fé!

"Tempo para conhecermos, de modo mais profundo, as verdades que são a seiva da nossa vida! Tempo para redescobrirmos e voltarmos a acolher este dom precioso que é a fé!” diz Bento XVI

Não podemos perder tempo! Iniciamos uma viagem que nos permitirá conhecer mais a Cristo e a nós mesmos.

Nosso Papa nos convida à efetiva unidade porque este é um tempo verdadeiramente decisivo para toda a Igreja de Cristo e para o mundo. Um tempo para recuperar as razões da fé, sua ligação com as questões mais radicais do ser humano em tempos tão difíceis como estes em que se “anuncia Aquele que os homens ignoram”. Um tempo para levar o homem de hoje, muitas vezes distraído, a um renovado encontro com Jesus Cristo, caminho, verdade e vida.

Torna-se, portanto, urgente apresentar a novidade fascinante do anúncio cristão a todos sem exceção ou exclusão: Cristo se mostrou, Ele pessoalmente. E agora está aberto o caminho até Ele. A novidade deste anúncio não consiste apenas numa ideia, mas num fato: Ele se mostrou! Pe.Stefano Alberto

Para poder acolher a Cristo é necessária a humildade da razão. É necessária a humildade do homem que responde à humildade de Deus que se fez homem e veio morar entre nós.

Bento XVI nos diz: “O coração indica que o primeiro ato com o qual se chega à fé é dom de Deus e ação da graça que age e transforma a pessoa até o íntimo”.

A fé nos torna fecundos porque o encontro com Cristo amplia o coração na esperança e permite oferecer ao mundo um testemunho verdadeiro, capaz de gerar outros irmãos na fé para que experimentem também a alegria indizível da sua misericórdia e do seu amor. A fé deve se tornar em nós chama do amor, chama que acende realmente o meu ser, e assim, acende o próximo.

Certo é que quando não se caminha ao lado de Cristo, que nos guia, extraviamo-nos por outras sendas como a dos nossos próprios impulsos cegos e egoístas, a de propostas lisonjeiras, mas interesseiras, enganadoras e volúveis que, atrás de si, deixam o vazio e a frustração.

Eis para todos nós o caminho que temos pela frente este ano. A possibilidade de nos descobrirmos a nós mesmos e, juntos, a Cristo. De ganharmos uma consciência que, fortalecida pela fé, permita enfrentar tudo, sem medo e apoiados no testemunho de homens e mulheres que viveram na fé e pela fé.

Esta aventura é só para homens corajosos, só para aqueles que decidem ser vivos, para aqueles que desejam ser livres, para quem é realmente capaz de gostar dos outros. Será que desejamos menos do que isso?

Ir. Deuceli Kwiatkowski

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

E se tudo for verdade?

“Quem só tem esperança neste mundo, vive um silencioso desespero”. Bento XVI

Como seria viver sem fé? Decididamente é difícil responder. O que podemos dizer é que deve ser muito triste viver sem dar uma razão para a própria existência tão mesclada de alegrias e dores, desafios e vitórias, perguntas e dúvidas.

Como diz Pe. Fábio: “Há coisas que só sei aceitar e não sei compreender”. Há coisas que sentimos e não sabemos explicar. Há momentos em que somente a fé nos faz prosseguir.

A experiência cristã nos aponta um caminho. É uma decisão que compromete toda a existência. Trata-se de um encontro com Alguém que nos desperta para todos os encantos e todas as contradições da realidade e que nos chama à construção do bem.

“Em Cristo ficou cancelada a impreenchível distância entre finito e infinito: o Deus eterno e infinito deixou o seu Céu e entrou no tempo, mergulhou na finitude humana”, diz Bento XVI. 

Reconhecer que somos feitos para o infinito significa percorrer um caminho de purificação. Quem se encontra com Cristo deixa entrar a luz em cada gesto, em cada palavra, em cada situação, em cada sofrimento, em cada derrota, em cada decisão. A vida se torna mais serena porque não se prende às coisas. A vida se torna mais generosa porque desperta sentimentos de gratidão por tudo o que oferece. A vida se torna mais feliz porque a dor não paralisa, mas  impulsiona para frente.

“Mesmo quando se rejeita ou se nega Deus, não desaparece a sede de infinito que existe no homem. Começa, ao invés, uma busca ansiosa e estéril de falsos infinitos que sejam capazes de satisfazer, ao menos, por um momento”, diz Bento XVI.

Um coração que não crê passa a vida correndo atrás de coisas para saciar a sede de infinito que está no próprio coração. Um coração que não crê não é livre. Um coração que não crê não encontra razões para animar os próprios dias. Um coração que não crê não deseja o céu porque não consegue levantar o olhar e descobrir na adesão a Deus a realização plena da própria humanidade.

Muitos negam a Deus e preferem viver como se Ele não existisse, sabemos disso, mas a pergunta decisiva para cada um é: e se tudo for verdade?

Ir. Deuceli Kwiatkowski