domingo, 22 de abril de 2012

Meu primeiro alimento!

Nossos dias, muitas vezes, se tornam tão pesados, tão cheios de desânimo e desesperança, sem vontade de lutar por algo que vale a pena, sem desejo de novos investimentos pessoais, sem encantos pelas coisas belas e simples da vida, pelos gestos de amizade e de amor como um simples telefonema de um amigo que liga para dizer: “você está bem?”. Parece que nada nos toca, o sol não brilha e, incrivelmente, tornamo-nos pessoas sem sabor, literalmente sem gosto algum.

Fiquei pensando: por que será que isso acontece? Por que apenas gastamos nossos dias e não vivemos intensamente? Parece que estamos sempre com o corpo em um lugar e o espírito em outro. Será que viver assim traz felicidade ou provoca um vazio incrível que nos arrasta para nós mesmos ou para o fundo do poço onde há pouca luz, espaço e muita solidão?


A pergunta essencial é: de que me alimento todos os dias? Qual é a fonte onde bebo para que meus dias sejam iluminados e possa assim dar sentido a tudo o que faço para não ser mais um desfalecido na multidão?


Talvez estejamos nos alimentando de forma errada. Muitas vezes, logo pela manhã, nosso primeiro alimento é a TV. Ligamos a televisão num ato automático e, desde cedo, permitimo-nos ouvir mais de 90% do que passa, de desgraças acontecendo ao redor do mundo ou tão perto de nós. Ficamos estarrecidos e dizemos: “Meu Deus, como pode isso e aquilo, o mundo está perdido mesmo, as pessoas não têm mais jeito, é o fim do mundo, etc. Será?

É claro que não podemos ficar alienados, sem saber o que se passa no mundo. Porém, não podemos pensar que os seres humanos são todos desumanos e que o mundo é um verdadeiro caos. Há, sim, muita esperança sendo semeada, muito amor sendo repartido, muita gratuidade sendo ofertada, muitas vidas sendo salvas e muitos jovens, crianças e adultos sendo recuperados de seus vícios.

Lamentavelmente quase não vemos o bem na TV e, quando vemos, ficamos tão surpresos como se fosse algo inédito. Vira manchete! E sabemos que não é assim. O amor existe e está em nós e nos outros. Basta olharmos ao nosso redor e encontraremos gestos de amor que nos tocam profundamente e alimentam em nós a esperança e a fé no ser humano.

Voltemos à pergunta: qual deveria ser o nosso primeiro alimento em cada novo dia? Sem dúvida, ao abrirmos os olhos e ao percebermos que estamos vivos, nosso primeiro encontro deveria ser com Deus, porque a sua palavra é o alimento verdadeiro que nos move para a vida do mundo. 


Se não nos alimentamos diariamente desta esperança viva que encontramos somente em Deus, não seremos portadores de luz e de boas notícias para todos aqueles que encontrarmos em nossos dias.

Como diz a letra de uma música: “O mundo pode nos fazer chorar, mas Deus nos quer sorrindo” porque sabemos em quem acreditamos (Fl 4,13).

Ir. Deuceli Kwiatkowski

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