segunda-feira, 19 de março de 2012

O que toca o coração!

Jesus já estava em Jerusalém e os dias da Páscoa se aproximavam. A cidade estava cheia de peregrinos de diversos lugares como acontecia sempre nesta época. Todos se dirigiam ao Templo para cumprir os rituais, assim como, Jesus e os seus discípulos.

Ao chegar no templo, Jesus sentou-se na praça interna, próximo ao cofre onde o povo costumava fazer suas ofertas anuais. Muitas pessoas chegavam a todo momento e altas quantias eram depositadas para o tesouro.

No meio de toda aquela agitação, Jesus permaneceu ali, em silêncio, apenas observando o movimento das pessoas, as reações, os olhares, e, sobretudo, o coração. De repente, seu olhar foi atraído para uma simples mulher maltrapilha. Ela parecia não ter nada a oferecer. Então, pouco a pouco, com um olhar sereno e tranquilo, ela se aproximou do cofre e, de suas mãos, caíram não mais do que duas pequenas moedas. Era tudo o que tinha!

O Mestre, tocado profundamente pelo gesto daquela pobre mulher, chamou rapidamente os seus discípulos e lhes disse: “Quereis saber de uma coisa? Olhai para esta mulher. Foi ela que fez a oferta mais generosa porque todos deram do seu supérfluo, enquanto ela, tão pobre, deu tudo o que tinha, todo dinheiro que lhe restava para viver” (Lc 12,41-44).


Jesus não ficou na aparência simplesmente, mas foi até o mais profundo daquele coração vestido de trapos e nada mais. A generosidade daquela pobre mulher tocou o coração do Mestre de Nazaré. Talvez uma das poucas alegrias que Jesus teve naqueles dias em Jerusalém, antes do cumprimento da sua Missão entre os homens.

Mais do que pelas palavras que diariamente ouvimos, somos tocados pelos gestos de amor que chegam ao nosso coração na simplicidade, na verdade, na gratuidade. Basta um sorriso de uma criança, um bom dia falado com entusiasmo, um telefonema amigo, uma visita fraterna para fazer alguém sentir-se amado e querido.

Pequenos gestos de amor têm o poder incrível de aproximar pessoas, de devolver a serenidade e a paz na dor, de alegrar o dia de alguém, de curar corações magoados, de recuperar o ânimo abatido, de despertar novos gestos de amor, de trazer alguém novamente à luz. Ninguém resiste ao amor porque nascemos para amar e ser amados. Somente quem ama de verdade chega ao coração do outro.

A cada dia que passa, vamos nos convencendo de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nos gestos egoístas que praticamos, na solidariedade que não vivemos.

Lembremo-nos sempre: o essencial faz a vida valer a pena! E o essencial é amar porque quem ama é feliz!


Ir. Deuceli Kwiatkowski

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