quinta-feira, 29 de março de 2012

Aos pés de Cristo!

Estar com as pessoas é uma das experiências mais lindas que a vida nos oferece. É uma troca maravilhosa de conhecimentos, de ideias, de vida. Emprestamo-nos nossos ouvidos, nossa voz, nosso olhar, nossos gestos, nosso coração atento e, nesta sintonia, o outro já começa a viver em nós.

Muitas vezes conversamos horas sobre os dias em que nem o sol brilha nem a chuva cai, sobre a esperança de dias melhores ou sobre a miséria humana, sobre as crises mundiais ou sobre as novas descobertas científicas que trazem alívio a milhares de pessoas. As palavras e as frases entrelaçam-se e, aos poucos, produzem um texto da vida real.

É incrível como as palavras ficam em nós! Elas vêm carregadas com tanto significado, rodeiam-nos a mente e o coração e permanecem o tempo necessário para que algo de novo desperte em nós, transforme-nos e amplie nosso mundo.

Há alguns dias, conversando com um amigo, num destes momentos bons da vida, ele me disse que, embora tenha nascido e vivido a maior parte de sua vida no Rio, nunca foi ao Cristo Redentor, monumento mundialmente conhecido e belo cartão postal desta cidade! Quase inacreditável que alguém aqui não tenha subido o Morro do Corcovado para parar, ficar em silêncio e contemplar o que as palavras não conseguem dizer porque lá do alto, a 709 metros acima do nível do mar, o que se vê é realmente algo fascinante!

Fiquei inquieta e perguntei-lhe o porquê. Ele, então, me disse com tanta simplicidade e verdade: “Nunca me senti digno de estar aos seus pés”. Imediatamente pensei: “Mas eu também não sou digna! Quem seria digno de estar ali aos pés de Cristo?”


Estas palavras não me deixaram em paz e, por algum tempo, muitos pensamentos vieram à minha mente. Pensei na miséria humana, mas também nos braços abertos e incansáveis daquele que nos acolhe em todos os momentos e não nos condena; pensei no seu imenso coração que nos ama incondicionalmente apesar de nossa indiferença e frieza; pensei na mulher pecadora que se lançou aos pés de Jesus para ungi-los com perfume e beijá-los, profundamente arrependida de seus muitos pecados; pensei no coração de Cristo, Redentor do coração humano.

Muitas vezes já estive aos pés de Cristo! Senti-me, sim, tão pequenina diante daquela estátua incrível de 38m de altura a abençoar a cidade do Rio de Janeiro. Mas nunca me senti desencorajada a estar ali porque é exatamente aos pés de Cristo que precisamos ficar se queremos ter uma nova visão.

“Deus não se impõe! Sua presença suave chega até o mais profundo de nosso ser”. Quando compreendermos isto, ficar aos pés de Cristo não será uma questão de sermos dignos ou não, porque verdadeiramente ninguém mereceria, mas será inexplicavelmente uma necessidade de estarmos aos seus pés para entendermos o que não percebemos na vida comum.

Se permanecermos na planície e não tivermos a coragem de subirmos a montanha para estarmos com ele, talvez percamos a bela oportunidade de descansarmos à sua sombra para serenamente vermos algo novo. Só quem faz a experiência de estar aos pés de Cristo de todo coração encontra paz, refúgio e vigor e já não se sentirá indigno de estar ali porque seus braços estão sempre abertos para acolher e seu coração sempre pronto para amar. Deus não põe limites ao seu amor porque ele não pode não nos amar!

Ir. Deuceli Kwiatkowski

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