segunda-feira, 2 de março de 2015

Tudo está consumado!

"Tudo está consumado..."  Eis o silêncio de um Deus que se deixa calar por nós porque nos ama até a loucura da cruz! Diante deste insondável mistério só podemos permanecer em silêncio, contemplando-o com seus braços abertos, presos à cruz abraçada com a liberdade que é própria de corações divinos!

“Tudo está consumado...” Uma cruz aceita com o mais puro amor porque sabia que devia cumprir até o final o projeto do Pai: revelar ao mundo o seu AMOR!

“Tudo está consumado...” Não são os pregos que o prendem à cruz, mas seu imenso amor pela humanidade, por mim, por você. Mistério sem fim de um Deus que se deixa prender para nos libertar da escravidão do pecado e do mal.

Contemplemos no mistério do calvário o supremo mistério do Amor! Não há amor maior do que dar a vida pelos seus amigos!  Na cruz de Cristo encontramos a força para vivermos, na fé, também nossa parcela de dor enquanto ainda peregrinamos nesta vida, na via-sacra da humanidade! É uma pequena parcela que nos aproxima dele e nos faz mais parecidos com Ele.

No silêncio Deus se revela. Agora aguardamos, ansiosamente, o domingo. Peçamos ao Senhor da Vida a graça de continuarmos a procurá-Lo, também na hora da dúvida, também quando o sol desaparece, o caminho se faz difícil e a vontade do Pai não é fácil de se fazer.

No silêncio Deus se revela. Agora aguardamos, na fé, a vitória da vida sobre a morte. Peçamos ao Senhor da Vida o dom da fé para que, mesmo que a tempestade seja densa na nossa vida, mesmo que a noite fique escura, não deixemos de crer que a misteriosa presença de Deus está conosco.

Que a revelação de Jesus que nos diz até que ponto Deus se dispõe a nos amar, seja para nós a incrível possibilidade de sairmos de nosso medo de amar e de servir. É do dom gratuito de Cristo crucificado que jorra a fonte do amor. Não morramos de sede! Vamos até a fonte e ali sempre encontraremos água viva que nos conduzirá à eternidade.

Ó Senhora das Dores, Mãe admirável do Filho de Deus, nós vos contemplamos pela fé, aos pés da cruz. Uma espada de dor transpassou vossa alma como predissera o velho Simeão. Vós sois  a Mãe das dores e continuais a sofrer as dores do nosso povo, porque sois Mãe companheira, peregrina e solidária.   

Recolhei, em vossas mãos, os anseios e as angústias do povo sofrido, sem paz, sem pão, sem teto, sem direito a viver dignamente. E com vossas graças, fortalecei aqueles que lutam por transformações em nossa sociedade. Permanecei  conosco e dai-nos o vosso auxílio para que possamos converter as lutas em vitórias e as dores em alegrias.  

Rogai por nós, ó Mãe, porque não sois apenas a Mãe das Dores, mas também a Senhora de todas as graças. Amém!


Ir. Deuceli Kwiatkowski

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