Certa vez, o
Patriarca de Constantinopla, Atenágoras I, disse:
“Sem o Espírito Santo: Deus fica distante da gente; Cristo,
perdido na história; o Evangelho é letra morta; a Igreja, apenas agremiação religiosa;
a autoridade, poder que se evita; a pregação, propaganda da Igreja; o oração,
tarefa a cumprir; a Liturgia, ritual do passado; e a Moral, repressão.
Com o Espírito Santo: Deus entra na vida do mundo, onde
inicia o seu Reino; Cristo, o Filho de Deus, se faz um de nós; o Evangelho é o
novo estilo de vida; a Igreja, gente unida como as três Pessoas da Santíssima
Trindade; a Autoridade, apoio e serviço; a pregação, anúncio da novidade do
Reino; a oração, experiência de contato com Deus; a liturgia, memorial que
antecipa o futuro; e a Moral, ação que liberta”.
Inquestionavelmente,
estas palavras nos fazem pensar realmente sobre a ação do Espírito de Deus na
nossa vida. Se não formos movidos pelo Espírito de Deus a vida se torna um
peso. Nossas ideias, reflexões, pensamentos ficam pequenos demais, sem
horizonte, sem profundidade, sem luz. Tudo pode se tornar apenas ação humana,
fruto do acaso, meras coincidências; nada vai além das aparências, dos
interesses pessoais ou de um grupo apenas.
Mas quando Deus
entra na nossa vida tudo se transforma. O coração dilata, o olhar vê além das
aparências, os braços alcançam a muitos, os pés se alargam, a vida se abre para
todos; quando Deus entra na nossa vida a esperança nos mantém em pé mesmo nas
dificuldades e nos sofrimentos inevitáveis da vida; quando Deus entra na nossa
vida percebemos que tudo vale a pena ser realizado por amor, compaixão,
misericórdia e que nada ficará em vão diante do Senhor; quando Deus entra na
nossa vida as pessoas se tornam irmãos e irmãs, peregrinos na mesma jornada;
quando Deus entra na nossa vida fugimos do pecado para que não nos torne
escravos e nos dê como salário a morte; quando Deus entra na nossa vida nos
tornamos mais humanos porque partimos sempre da nossa realidade e aprendemos a
ser misericordiosos também.
Quando Deus entra
na nossa vida a vida adquire novo sabor, os olhos veem mais, as palavras são
mais verdadeiras, os gestos mais fraternos e solidários, o coração torna-se mais
puro, as dificuldades não nos tiram a alegria, as carências são superadas.
Assim diz o papa
emérito Bento XVI: “A fé torna-nos fecundos, porque alarga o coração com a esperança e
permite oferecer ao mundo um testemunho que é capaz de gerar: de fato, abre o
coração e a mente dos ouvintes para acolherem o convite do Senhor a aderir à
sua Palavra a fim de se tornarem seus discípulos”.
Que não nos falte a
fé, a esperança e o amor, sobretudo, em nossos dias em que o materialismo
impera em milhões de corações que vivem distantes daquele que os criou. Peçamos
ao Senhor que dá sentido à nossa existência que redescubramos sempre de novo a
alegria de crer e de comunicar a fé. Santo Agostinho atesta: “Os
que creem fortificam-se acreditando!” Sigamos em frente, com coragem e
fé!
Ir. Deuceli
Kwiatkowski
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