quinta-feira, 8 de novembro de 2012

E se tudo for verdade?

“Quem só tem esperança neste mundo, vive um silencioso desespero”. Bento XVI

Como seria viver sem fé? Decididamente é difícil responder. O que podemos dizer é que deve ser muito triste viver sem dar uma razão para a própria existência tão mesclada de alegrias e dores, desafios e vitórias, perguntas e dúvidas.

Como diz Pe. Fábio: “Há coisas que só sei aceitar e não sei compreender”. Há coisas que sentimos e não sabemos explicar. Há momentos em que somente a fé nos faz prosseguir.

A experiência cristã nos aponta um caminho. É uma decisão que compromete toda a existência. Trata-se de um encontro com Alguém que nos desperta para todos os encantos e todas as contradições da realidade e que nos chama à construção do bem.

“Em Cristo ficou cancelada a impreenchível distância entre finito e infinito: o Deus eterno e infinito deixou o seu Céu e entrou no tempo, mergulhou na finitude humana”, diz Bento XVI. 

Reconhecer que somos feitos para o infinito significa percorrer um caminho de purificação. Quem se encontra com Cristo deixa entrar a luz em cada gesto, em cada palavra, em cada situação, em cada sofrimento, em cada derrota, em cada decisão. A vida se torna mais serena porque não se prende às coisas. A vida se torna mais generosa porque desperta sentimentos de gratidão por tudo o que oferece. A vida se torna mais feliz porque a dor não paralisa, mas  impulsiona para frente.

“Mesmo quando se rejeita ou se nega Deus, não desaparece a sede de infinito que existe no homem. Começa, ao invés, uma busca ansiosa e estéril de falsos infinitos que sejam capazes de satisfazer, ao menos, por um momento”, diz Bento XVI.

Um coração que não crê passa a vida correndo atrás de coisas para saciar a sede de infinito que está no próprio coração. Um coração que não crê não é livre. Um coração que não crê não encontra razões para animar os próprios dias. Um coração que não crê não deseja o céu porque não consegue levantar o olhar e descobrir na adesão a Deus a realização plena da própria humanidade.

Muitos negam a Deus e preferem viver como se Ele não existisse, sabemos disso, mas a pergunta decisiva para cada um é: e se tudo for verdade?

Ir. Deuceli Kwiatkowski


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