domingo, 1 de maio de 2011

Na Última Ceia... os segredos do coração!


Jesus eleva os olhos ao céu e começa sua oração num diálogo profundo com o Pai. Sabia que sua hora chegara e Ele a cumpre plenamente. “Pai, é chegada a hora, glorifica teu filho, para que teu filho te glorifique a Ti” (Jo17,1). 

Jesus queria plantar a semente da eternidade no coração de cada ser humano. “Se o grão de trigo não morrer, fica ele só, mas se morrer, produz muito fruto” (Jo 12,24). Jesus mesmo se tornou pão para nós, e esta multiplicação de pães durará inesgotavelmente até o fim dos tempos porque Ele é o Pão da Vida.

“Deus não se impõe... sua presença chega até o mais profundo de nosso ser”, nos diz o Papa emérito Bento XVI. Os dias de Jesus sobre a Terra foram para nos revelar os segredos do coração desse Pai. Um Pai que não sabe não amar seus filhos porque é misericórdia e compaixão. Deus respeita nossa liberdade, mas anseia profundamente pela nossa salvação. Quanto mais conscientes do que somos, fazemos e podemos, mais seremos homens e mulheres realizados.

Ao longo de milênios, o povo escolhido foi aprendendo a pedagogia de Deus, e foi sendo construída uma longa história de amor e fé, revelada plenamente em Jesus. A missão de Jesus foi ensinar-nos a amar. Amar de um jeito certo, sem amarras, sem egoísmo, sem dependência.

Amar nunca foi fácil também para os primeiros discípulos porque não sabiam amar alguém além de si mesmos ou de uns poucos mais íntimos. E Jesus foi entrando em suas vidas devagarinho, com paciência e foi ensinando-lhes a linguagem do amor por meio de palavras incomuns e gestos surpreendentes. “Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei!”
(Jo 15,12). Eram jovens demais, frágeis e não lapidados pela vida. Tinham medo da dor e do sofrimento. Por isso, Jesus disse: “Pai, guarda-os em teu nome!” (Jo 17,11). Suas palavras revelavam o cuidado com aqueles que tão intimamente viveram com Ele a experiência profunda da revelação divina.

Jesus era um homem tão extraordinário que só poderia ser Deus! Mesmo os ambientes ameaçadores não o perturbavam. Jesus era tão cativante que despertou a sede do saber nesses jovens, em cujas mentes não havia mais do que peixes, redes, barcas. “Quem tem sede, venha a Mim e beba”
(Jo 7,37). Esta é a fascinante experiência do amor: chegar na vida de alguém para ampliar seu mundo porque só quem ama de verdade tem disposição de ir além da superfície.


Ir. Deuceli Kwiatkowski
Religiosa Marcelina – Rio de Janeiro

Nenhum comentário:

Postar um comentário