"Tudo
está consumado..." Eis o silêncio de um Deus que se deixa
calar por nós porque nos ama até a loucura da cruz! Diante deste insondável mistério
só podemos permanecer em silêncio, contemplando-o com seus braços abertos,
presos à cruz abraçada com a liberdade que é própria de corações divinos!
“Tudo
está consumado...”
Uma cruz aceita com o mais puro amor porque sabia que devia cumprir até o final
o projeto do Pai: revelar ao mundo o seu AMOR!
“Tudo
está consumado...”
Não são os pregos que o prendem à cruz, mas seu imenso amor pela humanidade,
por mim, por você. Mistério sem fim de um Deus que se deixa prender para nos
libertar da escravidão do pecado e do mal.
Contemplemos no mistério do calvário o
supremo mistério do Amor! Não há amor maior do que dar a vida pelos seus
amigos! Na cruz de Cristo
encontramos a força para vivermos, na fé, também nossa parcela de dor enquanto
ainda peregrinamos nesta vida, na via-sacra da humanidade! É uma
pequena parcela que nos aproxima dele e nos faz mais parecidos com Ele.
No
silêncio Deus se revela. Agora aguardamos, ansiosamente, o domingo.
Peçamos ao Senhor da Vida a graça de continuarmos a procurá-Lo, também na
hora da dúvida, também quando o sol desaparece, o caminho se faz difícil e a
vontade do Pai não é fácil de se fazer.
No silêncio Deus se
revela. Agora aguardamos,
na fé, a vitória da vida sobre a morte. Peçamos ao Senhor da Vida o dom da fé
para que, mesmo que a tempestade seja densa na nossa vida, mesmo que a noite
fique escura, não deixemos de crer que a misteriosa presença de Deus está conosco.
Que a revelação de Jesus que nos
diz até que ponto Deus se dispõe a nos amar, seja para nós a incrível
possibilidade de sairmos de nosso medo de amar e de servir. É do dom gratuito
de Cristo crucificado que jorra a fonte do amor. Não morramos de sede! Vamos
até a fonte e ali sempre encontraremos água viva que nos conduzirá à
eternidade.
Ó Senhora das Dores, Mãe admirável do Filho de Deus, nós vos contemplamos
pela fé, aos pés da cruz. Uma espada de dor transpassou vossa alma como predissera o velho Simeão. Vós sois a Mãe das dores e continuais a sofrer as dores do nosso povo, porque sois Mãe companheira,
peregrina e solidária.
Recolhei, em vossas
mãos, os anseios e as angústias do povo sofrido, sem paz, sem pão, sem teto,
sem direito a viver dignamente. E com
vossas graças, fortalecei aqueles que lutam por transformações em nossa
sociedade. Permanecei conosco e dai-nos o vosso auxílio para que possamos converter as
lutas em vitórias e as
dores em alegrias.
Rogai por nós, ó Mãe, porque não sois
apenas a Mãe das Dores, mas também a Senhora de todas as graças. Amém!
Ir.
Deuceli Kwiatkowski