domingo, 7 de abril de 2013

No olhar... o próprio coração!


Todos certamente já vivemos experiências em que encontramos o olhar de alguém ou fomos encontrados por um olhar.

Os anos passam e nossa memória mantém viva certos olhares. Olhares que não esquecemos jamais.

Com o olhar, podemos transformar uma pessoa, destruí-la ou reconstruí-la, aniquilá-la ou fazê-la renascer, restituí-la a si mesma e ao futuro, fazê-la chorar ou consolá-la, exprimir-lhe raiva ou acolhimento, indiferença ou amor, decepção ou compreensão.

Com um olhar apenas podemos dizer-lhe o quanto ela é importante para nós ou o quanto ela já não significa absolutamente mais nada.

Existem olhares que irradiam luz e nos chamam, outros que espalham gelo e distanciam. Há um olhar que determina o fim de tudo, outro que dá começo ou recomeço. Há um olhar que recusa, outro que propõe e espera. Há um olhar que restaura e cura, outro que desconsidera e descarta.

Com o olhar, exprimimos disponibilidade ou indisponibilidade, dizemos à pessoa se ela pode ou não contar conosco, se ela é bem vinda ou não. Há o olhar autoritário que quer estar acima de todos, essência secreta do poder.

Tantas vezes o precioso presente que podemos dar às pessoas que convivem conosco é um olhar diferente. Um olhar cheio de esperança, de afeto e confiança. Um olhar que não condena, mas que encoraja e as faz seguir adiante, com fé na vida.

Mas de onde nasce esse olhar? O olhar nasce de nossos sentimentos. O olhar bom ou mau nasce lá onde habita a bondade ou a maldade.

Jesus atraía multidões e seu olhar era penetrante e luminoso, pleno de amor e compaixão, misericordioso e bondoso. Ninguém que tivesse sido encontrado pelo olhar de Cristo poderia esquecê-lo. Jesus, mestre da interioridade, dá atenção ao coração e não à imagem. Ele insiste para que tenhamos nosso mundo interior em ordem e habitado pela luz, aquele mundo de onde saem as ações boas ou más.

“A lâmpada do corpo é o teu olho. Se teu olho estiver são, todo o teu corpo ficará também iluminado; mas se ele for mau, teu corpo ficará escuro. Por isso, vê bem se a luz que há em ti não é treva”. (Lc 11,34-36)

Cuidemos de nosso interior e entremos na mesma visão de Jesus para que nosso olhar não se desvie da verdade e já não possamos olhar nos olhos daqueles que precisam de nosso olhar para continuar a caminhada da vida.

Ir. Deuceli Kwiatkowski

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