Uma jovem bela, rica, inteligente e nobre.
Marcelina nasceu em Roma há mais de 1.600 anos, no ano de 327dC.
Seu pai era prefeito romano e, ao ser eleito governador das Gálias, em Treviri (França), foi transferido para lá
por alguns anos com sua esposa e seus dois filhos Marcelina e Sátiro.
Durante sua administração destacou-se por ser um homem de coração bom, piedoso e justo. Marcelina sentia-se
feliz por ter nascido numa família cristã que soube educá-la na fé, no amor a Deus e aos pobres, no
sacrifício, na oração.
Desde pequena Marcelina foi sendo formada nos valores
cristãos e assim aprendeu a vivê-los com seriedade e amor! Mais tarde, ela
ensinaria tudo a seus dois irmãos Sátiro e Ambrósio, fazendo com que se
tornassem grandes homens para a sociedade e para Deus. Eles a amavam com amor
filial.
Quando Marcelina tinha apenas 13 anos seu pai faleceu. Quanta
dor! Sua mãe e seus dois irmãozinhos também sofreram muito com a ausência
daquele pai tão bondoso com todos. Mas eles precisavam ser fortes porque a vida
assim exigia de cada um. Decidiram então voltar para Roma e ali viver guardando
viva a memória dos seus exemplos inesquecíveis.
Marcelina tornou-se uma jovem encantadora e muitos rapazes
queriam se casar com ela. No entanto, seu coração já pertencia a Deus a quem
aprendeu a amar e a respeitar profundamente. Quando tinha 20 anos, outra dor
invadiu seu coração: a morte de sua querida mãe. Agora Marcelina tinha total
responsabilidade sobre a educação de seus dois irmãos. Estavam órfãos!
Marcelina, como irmã mais velha, sabia que devia cuidar deles como mãe zelosa.
E assim o fez por toda a vida!
Para levar adiante esse projeto, retirou-se para uma vila
tranquila, em Cernusco, perto de Milão, e passou a viver em contato com a
natureza.
Aos 25 anos, o desejo de entregar toda sua vida a Deus
realizou-se plenamente. Publicamente e, diante do Papa Libério, na noite de
Natal, ela recebeu o véu das virgens e prometeu que viveria para sempre como
esposa de Cristo, pobre, simples, amando e cuidando dos pequenos e sofredores.
Sua vida foi um grande testemunho de amor aos mais carentes da sociedade, de
amor e fidelidade à Igreja.
Marcelina passou toda a sua vida dedicada aos pobres e aos
seus irmãos. Viviam unidos, trabalhando, rezando, lutando pelo bem e servindo a
quem precisasse. Renunciou às riquezas materiais que foram doadas aos pobres. Tocadas
pelo testemunho de amor de Marcelina, muitas outras jovens passaram a viver
como ela.
Sátiro e Ambrósio estudaram com os melhores mestres e dedicaram-se com sucesso aos estudos jurídicos, tornando-ser homens públicos de grande
prestígio. Sátiro, renomado advogado, ao voltar de uma arriscada viagem à África, onde fora por amor
à justiça e aos pobres, naufragou e foi obrigado a deter-se em Roma, gravemente
doente. Foi durante essa terrível viagem de volta que Sátiro recebeu o batismo
e a Eucaristia. Desejoso de reunir-se aos
irmãos, morreu santamente em Milão assistido por Marcelina e Ambrósio, no dia
17 de setembro de 379. Os dois irmãos sentiram mais uma vez
a dor da perda, mas sustentados pela fé seguiram em frente.
Ambrósio tornou-se um grande Bispo em Milão e era estimado
por todos pela sabedoria de suas pregações. Ministrou o batismo a Agostinho de
Hipona, tornou-se um grande defensor dos pobres, lutou pela verdade do
Evangelho e pela justiça com a caridade e com a força da oração.
Em abril de 397, Marcelina, mulher forte na fé, teve que
suportar mais uma vez a dor. Ambrósio, aos 57 anos, fica gravemente doente e
morre. Marcelina sofre sozinha e naquela dor sentia que sua hora também estava
chegando. Poucos meses depois, no dia 17 de julho do mesmo ano, com 70 anos de
idade, uniu-se à sua família no céu para receber de Deus a recompensa por ter
vivido santamente todos os dias de sua vida e por ter educado seus irmãos de
forma exemplar.
Hoje, nós a invocamos carinhosamente como Santa Marcelina, grande
mestra e educadora, padroeira das Irmãs Marcelinas. Que Santa Marcelina, São
Sátiro e Santo Ambrósio intercedam por todos nós, pelas nossas famílias, pelos
doentes, pelos pobres e abandonados para que sejamos fieis aos ensinamentos de
Cristo enquanto ainda caminhamos pelas estradas deste mundo.
Ir. Deuceli Kwiatkowski