sábado, 24 de agosto de 2013

Em Aparecida, Deus ofereceu ao Brasil a sua própria Mãe!

Ele deixou muitas saudades quando partiu! Agora temos a riqueza de seus discursos para torná-lo bem presente ao nosso coração, já que este é o portal pelo qual nós o acolhemos em cada momento em que esteve em terras brasileiras e pelo qual ele mesmo ingressou.

Aqui está, parte do Discurso do Papa Francisco feito ao Episcopado Brasileiro no dia 27 de julho de 2013. Na riqueza de suas palavras e reflexões, a beleza do mistério de Deus em Nossa Senhora Aparecida. 
Como ele bem disse: “... não esqueçam a lição de Aparecida!”

Não queremos esquecer jamais que Deus veio nos visitar em Aparecida! Temos uma Mãe que abençoa nosso imenso Brasil e, por isso, nós a amamos com coração filial!

Diz ele: “Em Aparecida, Deus ofereceu ao Brasil a sua própria Mãe! Mas, em Aparecida, Deus deu também uma lição sobre Si mesmo, sobre o seu modo de ser e agir. Uma lição sobre a humildade que pertence a Deus como traço essencial e que está no DNA de Deus. Há algo de perene para aprender sobre Deus e sobre a Igreja, em Aparecida; um ensinamento, que nem a Igreja no Brasil nem o próprio Brasil devem esquecer.

No início do evento que é Aparecida, está a busca dos pescadores pobres. Tanta fome e poucos recursos. As pessoas sempre precisam de pão. Os homens partem sempre das suas carências, mesmo hoje. Possuem um barco frágil, inadequado; têm redes decadentes, talvez mesmo danificadas, insuficientes. Primeiro, há a labuta, talvez o cansaço, pela pesca, mas o resultado é escasso: um falimento, um insucesso. Apesar dos esforços, as redes estão vazias.

Depois, quando foi da vontade de Deus, comparece Ele mesmo no seu Mistério. As águas são profundas e, todavia, encerram sempre a possibilidade de Deus; e Ele chegou de surpresa, quem sabe quando já não o esperávamos. A paciência dos que esperam por Ele é sempre posta à prova. E Deus chegou de uma maneira nova, porque Deus é surpresa: uma imagem de barro frágil, escurecida pelas águas do rio, envelhecida também pelo tempo. Deus entra sempre nas vestes da pequenez.

Veem então a imagem da Imaculada Conceição. Primeiro o corpo, depois a cabeça, em seguida a unificação de corpo e cabeça: a unidade. Aquilo que estava quebrado retoma a unidade. O Brasil colonial estava dividido pelo muro vergonhoso da escravatura. Nossa Senhora Aparecida se apresenta com a face negra, primeiro dividida, mas depois unida, nas mãos dos pescadores.

Há aqui um ensinamento que Deus quer nos oferecer. Sua beleza refletida na Mãe, concebida sem pecado original, emerge da obscuridade do rio. Em Aparecida, logo desde o início, Deus dá uma mensagem de recomposição do que está fraturado, de compactação do que está dividido. Muros, abismos, distâncias ainda hoje existentes estão destinados a desaparecer. A Igreja não pode descurar esta lição: ser instrumento de reconciliação.

Os pescadores não desprezam o mistério encontrado no rio, embora seja um mistério que aparece incompleto. Não jogam fora os pedaços do mistério. Esperam a plenitude. E esta não demora a chegar. Há aqui algo de sabedoria que devemos aprender. Há pedaços de um mistério, como partes de um mosaico, que vamos encontrando. Nós queremos ver muito rápido a totalidade; Deus, pelo contrário, Se faz ver pouco a pouco. Também a Igreja deve aprender esta expectativa.

Depois, os pescadores trazem para casa o mistério. O povo simples tem sempre espaço para albergar o mistério. Talvez nós tenhamos reduzido a nossa exposição do mistério a uma explicação racional; no povo, pelo contrário, o mistério entra pelo coração. Na casa dos pobres, Deus encontra sempre lugar.

Os pescadores agasalham: revestem o mistério da Virgem pescada, como se Ela tivesse frio e precisasse ser aquecida. Deus pede para ficar abrigado na parte mais quente de nós mesmos: o coração. Depois é Deus que irradia o calor de que precisamos, mas primeiro entra com o subterfúgio de quem mendiga. Os pescadores cobrem o mistério da Virgem com o manto pobre da sua fé. Chamam os vizinhos para verem a beleza encontrada; eles se reúnem à volta dela; contam as suas penas em sua presença e lhe confiam as suas causas. Permitem assim que possam implementar-se as intenções de Deus: uma graça, depois a outra; uma graça que abre para outra; uma graça que prepara outra. Gradualmente Deus vai desdobrando a humildade misteriosa de sua força.

Há muito para aprender nessa atitude dos pescadores. Uma Igreja que dá espaço ao mistério de Deus; uma Igreja que alberga de tal modo em si mesma esse mistério, que ele possa encantar as pessoas, atraí-las. Somente a beleza de Deus pode atrair. O caminho de Deus é o encanto que atrai. Deus faz-se levar para casa. Ele desperta no homem o desejo de guardá-lo em sua própria vida, na própria casa, em seu coração. Ele desperta em nós o desejo de chamar os vizinhos, para dar-lhes a conhecer a sua beleza. A missão nasce precisamente dessa fascinação divina, dessa maravilha do encontro. Falamos de missão, de Igreja missionária. Penso nos pescadores que chamam seus vizinhos para verem o mistério da Virgem. Sem a simplicidade do seu comportamento, a nossa missão está fadada ao fracasso.

A Igreja tem sempre a necessidade urgente de não desaprender a lição de Aparecida; não a pode esquecer. As redes da Igreja são frágeis, talvez remendadas; a barca da Igreja não tem a força dos grandes transatlânticos que cruzam os oceanos. E, contudo, Deus quer se manifestar justamente através dos nossos meios, meios pobres, porque é sempre Ele que está agindo.

Queridos irmãos, o resultado do trabalho pastoral não assenta na riqueza dos recursos, mas na criatividade do amor. Fazem falta certamente a tenacidade, a fadiga, o trabalho, o planejamento, a organização, mas, antes de tudo, você deve saber que a força da Igreja não reside nela própria, mas se esconde nas águas profundas de Deus, nas quais ela é chamada a lançar as redes.

Outra lição que a Igreja deve sempre lembrar é que não pode afastar-se da simplicidade; caso contrário, desaprende a linguagem do Mistério. E não só ela fica fora da porta do Mistério, mas, obviamente, não consegue entrar naqueles que pretendem da Igreja aquilo que não podem dar-se por si mesmos: Deus. Às vezes, perdemos aqueles que não nos entendem, porque desaprendemos a simplicidade, inclusive importando de fora uma racionalidade alheia ao nosso povo. Sem a gramática da simplicidade, a Igreja se priva das condições que tornam possível «pescar» Deus nas águas profundas do seu Mistério”.

Deus seja louvado e amado por todos nós!

Ir. Deuceli Kwiatkowski



sábado, 10 de agosto de 2013

“Você está imitando Jesus!”

Quando a dor bate à nossa porta ou à porta de alguém que conhecemos ficamos sem palavras, tristes e, quase sempre, nos perguntamos: Por quê? Por que esta pessoa? Por que justo agora no auge da sua vida? Por que neste momento da vida com tantos projetos e sonhos a realizar? Por que agora quando tudo está caminhando bem? Por quê? Por quê? Por quê? Quantos por quês sem respostas!

A realidade da vida é dura, sofrida e exige de nós muita coragem, fé e perseverança. Olhar para ela e aceitá-la não é fácil; por vezes, queremos negá-la para não sofrermos e assim fugirmos da dor. Triste constatar, mas basta um diagnóstico inesperado e a vida pode mudar em segundos. Parece que tudo vira de cabeça pra baixo e já não conseguimos mais enxergar nada; é como se, a partir daquele momento, tudo começasse a morrer dentro de nós.

Há poucos dias ganhei, de uma grande amiga, um belo livro Conversas com Jorge Bergoglio, Papa Francisco, de Sergio Rubin e Francesca Ambrogetti. Fiquei surpresa porque no capítulo 3, ele fala exatamente do sentido cristão que devemos dar à dor quando ela chegar.

Ele parte da sua própria experiência de sofrimento. Ainda muito jovem, aos 21 anos, Jorge esteve entre a vida e a morte. Febres altíssimas que não o deixaram por três dias seguidos. Parecia o fim. Ele recorda no seu livro que, entre tantas palavras de conforto ouvidas nos dias em que esteve sob os cuidados médicos, uma lhe tocou profundamente o coração. Uma Religiosa entrou no seu quarto e disse-lhe: “Você está imitando Jesus”. Estas palavras trouxeram luz à sua dor e deixaram-lhe a paz que tanto precisava. Ali estava o segredo... “como Jesus”. Só assim poderia suportar as dores terríveis que estava sentindo. Precisava dar um significado ao que estava vivendo e o significado maior era aceitar a dor “por amor”.

Depois de tantos anos, desta inesquecível experiência, Papa Francisco diz: “A dor não é uma virtude em si mesma, mas pode ser virtuoso o modo como é assumida. Nossa vocação é a plenitude e a felicidade, e, nessa busca, a dor é um limite. Por isso, entendemos em plenitude o sentido da dor por meio da dor de Deus feito Cristo”.

O que aconteceria se Deus não se houvesse feito Cristo, ou seja, se Deus não houvesse vindo ao mundo dar sentido ao nosso caminho? À nossa existência? À nossa dor?

“Por isso, o segredo passa por entender a cruz como semente de ressurreição. Toda tentativa de superar a dor dará resultados parciais se não for fundamentada na transcendência. É um presente entender e viver a dor em plenitude. Mais ainda: viver em plenitude é um presente”, afirma Papa Francisco.

Diante de uma vida que se apaga como consequência de uma doença cruel, como agir? Que atitude tomar?

Mais uma vez, nosso Papa nos surpreende pela sua humildade e humanidade, homem de coração grande e misericordioso, homem de fé e de paz. Quando questionado a responder esta pergunta, ele diz: “Emudeço. A única coisa que me ocorre é ficar calado, e, segundo a intimidade que tiver, pegar a mão da pessoa e rezar por ela porque tanto a dor física quanto a espiritual puxam para dentro, onde ninguém pode entrar; implicam uma dose de solidão. O que as pessoas necessitam é saber que alguém as acompanha, que as ama, que respeitam seu silêncio e rezam para que Deus entre nesse espaço que é pura solidão.”

As palavras do Papa Francisco me trouxeram luz. Benditas páginas escritas no tempo e na história e agora no coração para que nunca as esqueça porque sei que um dia precisarei tê-las bem vivas na mente e no coração: “Como Jesus...”

Ir. Deuceli Kwiatkowski





domingo, 4 de agosto de 2013

JMJ Rio / 2013 - O coração do mundo

JMJ – Rio de Janeiro - Uma experiência incrível na minha vida e na vida de milhões de jovens vindos de mais de 170 nações ao redor do mundo. Foram dias de muita emoção, entusiasmo, fraternidade, ensinamentos, orações, cantos, danças e tanta festa e alegria.

Jovens do mundo inteiro falavam a linguagem do amor, do sorriso, da simplicidade, da fraternidade, da paz. Jovens do mundo todo caminhavam com passos seguros e firmes em busca do aconchego, do olhar e do sorriso do pastor. Jovens do mundo todo olhavam com olhos de esperança, de fé, de amor os novos tempos.

Jovens do mundo todo ouviam atentos as palavras do Pastor que falava com o toque da humildade e da simplicidade e chegava fácil aos corações. Jovens do mundo todo cantavam a esperança e o amor a Cristo pelas ruas e praças, nos túneis e nas areias da Praia de Copacabana. Jovens do mundo todo rezavam o terço, com fé e devoção, nos ônibus, nos metrôs e testemunhavam o amor a Nossa Senhora, Mãe de Jesus Cristo.

Jovens do mundo todo esperavam tranquilamente nas filas, sem pressa, sem atropelos, em paz. Jovens do mundo todo se abraçavam e festejavam na alegria a bela experiência da fraternidade. Jovens do mundo todo se ajoelharam na Praia de Copacabana adorando o Senhor no mais profundo silêncio. Jovens do mundo todo partilhavam o que tinham para comer e acolhiam-se como irmãos.

Jovens do mundo todo invadiram a cidade do Rio de Janeiro, acolhidos por este povo maravilhoso. Jovens do mundo inteiro viveram a experiência inesquecível de participar de uma jornada onde Cristo era o centro de tudo. Jovens do mundo inteiro vibraram com os cantores católicos, com os Bispos dançantes, com os inúmeros sacerdotes e religiosas.

Jovens do mundo inteiro emocionaram-se com a beleza das celebrações litúrgicas nos atos públicos. Jovens do mundo inteiro participaram das catequeses com profundo respeito, desejosos de conhecer mais a própria fé. Jovens do mundo todo registraram cada momento para torná-los inesquecíveis aos olhos.

Jovens do mundo inteiro trocavam bandeiras, broches e presentes para levar um pouco daqueles com quem partilharam juntos a mesma fé. Jovens do mundo inteiro unidos ao redor do Pastor e Pai espiritual com o coração cheio de esperança, buscando respostas para seus vazios e questionamentos diante da própria existência.  Jovens do mundo inteiro vivendo dias de convivência saudável, sem bebidas, drogas e brigas.

Jovens do mundo inteiro em busca de Cristo, único capaz de preencher o coração humano. Jovens do mundo inteiro testemunhando a fé em Cristo, filho do Deus encarnado. Jovens do mundo inteiro animados pela esperança, iluminados pela fé, encorajados pelo amor de Cristo.

JMJ – Rio/2013 - O coração do mundo batia forte ali! Milhões de corações em sintonia com o coração do Cristo Redentor.  JMJ - Tempo feliz! Tempo de esperança! Tempo de agradecer a Deus pela Igreja Católica Apostólica Romana.

A JMJ agora continua em você, em mim, em cada coração que ama a Cristo e quer torná-lo mais amado e conhecido. Todos fomos enviados pelo Santo Papa em missão: “Ide e fazei discípulos entre todas as nações”. Mt 28,19 O tempo é agora! É tempo de semear! Cristo caminha conosco e jamais  nos deixará faltar seu auxílio e proteção. 


Ir. Deuceli Kwiatkowski