quinta-feira, 28 de junho de 2012

Dor e amor!

A dor é universal. Só muda de endereço. Quem já não experimentou a dor física, a dor moral ou a dor de perder alguém que ama? A dor nos une a todos!

O contato com a dor do outro nos recorda quem somos e nos faz peregrinos na mesma estrada que é a vida.

Por ela passaremos, mas como enfrentá-la se quando ela chega parece nos sepultar mais que a própria morte?

Quando a pressa toma conta de nossa dor, corremos o risco de perder o que ainda nos resta de tudo o que ficou. A dor não mudará porque ela existe, é real, dói. O que poderá mudar é o nosso olhar, o nosso jeito de suportá-la e de acolhê-la. A dor é pessoal e intransferível. Somente o tempo poderá nos fazer voltar a dar passos em direção ao que precisa ser reconstruído dentro de nós para que a vida continue e a dor não nos paralise.

O amor é universal. Só muda de endereço. Quem já não experimentou a alegria de sentir-se profundamente amado por alguém? O amor tem o poder de nos deixar sem palavras porque ele se desdobra em gestos de cuidado, de doação, de atenção, de gratuidade, de respeito. Há mais encanto nas atitudes, nas flores, que nas formulações elegantes que nossas palavras são capazes de criar. Amor é atitude!

Amar e deixar-se amar é uma das experiências mais importantes e decisivas na vida de um ser humano. Fomos criados para a felicidade e quem ama é definitivamente mais feliz. Até as maiores riquezas perdem o valor se não forem desfrutadas ao lado de quem se ama. Tudo na vida só tem sentido se for dividido. O amor quando partilhado, se multiplica.

A vida é um misto de dor e amor que se entrelaça continuamente. Sofremos por amor e, por amor, suportamos a dor. Somente, à medida que amadurecemos, aperfeiçoamos nossa capacidade de refletir e interpretar a vida que vivemos. E a dor já não nos assustará tanto, assim como o amor não viverá de ilusões.

Olhemos para Jesus e nosso coração se sentirá em paz. A cruz carregada com amor, se tornará mais leve. Se não for assim, será um peso. Não carreguemos peso à toa.


Ir. Deuceli Kwiatkowski

terça-feira, 26 de junho de 2012

Presentes de Deus!

“Toda criança é jardim nas mãos de Deus! Sementinhas germinando, em frutos se transformando. Jardim de esperança, amor em construção.” Elizabete Lacerda

Nossas crianças são lindas! Presentes de Deus correndo por todos os lados, subindo e descendo, pulando e inventando mil formas de viver a vida de um jeito bem bonito, engraçado, divertido, simpático, surpreendente e muito, mas muito feliz!

O mundo, certamente, seria muito triste sem as peraltices delas! Sem o sorrisinho malandro escondido por entre as pernas do pai ou enrolado nos braços da mãe, sem os brinquedos espalhados pela casa afora ou sem aquele aconchego gostoso, no fim do dia, querendo colo e uma boa noite de sono para, no outro dia, recomeçar tudo de novo com toda energia possível para não perder nem um segundo deste tempo especial que é ser criança.

O amor gera cuidado! Crianças são como flores de um jardim. Elas esperam por nós para serem cultivadas numa terra boa. O tempo de espera é importante para que floresçam abundantemente e deixem um perfume doce e suave no imenso canteiro que é o mundo.

E pensar que um dia também já fomos crianças como elas! Puras, inocentes, simples, sinceras, capazes de pedir desculpas e, em seguida, continuar a brincar felizes, sem complicações, sem rancor, sem mágoas. Simplesmente crianças.

Jesus amava as crianças e gostava quando estavam por perto. Um dia, surpreendentemente,  disse aos que O ouviam:“...o Reino de Deus é daqueles que se parecem com elas.(Lc 18,16) Não há outro caminho! Precisamos voltar sempre a olhar nos olhos de uma criança para reaprender com elas que a vida se renova a cada instante na simplicidade dos gestos, no perdão sincero, no amor verdadeiro, num coração puro que deixa espaço para que um amigo possa entrar quando quiser.

Olhemos para nossas pequeninas flores, sem pressa, mas com o amor daquele que contempla cada detalhe e se encanta, sem necessidade de palavras, de livros, de argumentos. Olhemos para decorar cada gesto, para vibrar com cada descoberta, para ouvir cada palavra, para entender que cada um deve florir no tempo certo e onde Deus plantar.

Cada criança é um mundo que se abre diante de nossos olhos. Sejamos jardineiros bons e fiéis. Elas precisam de nós!


Ir. Deuceli Kwiatkowski

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Deus continua falando!

“Deus continua falando ao mundo, porque o seu grande objetivo é a comunicação de seu amor!” Pe. Fábio de Melo

Admiravelmente Deus entrou na realidade humana para nos falar, não só com sua misericórdia, não só com seu misericordioso proceder, com sua misericordiosa condução paterna, mas entrou como homem, nascido de uma jovem mulher para comunicar à humanidade o seu Amor.

Cristo, imagem do Pai, introduziu na história um novo olhar. É o olhar de Cristo para a Samaritana, é o olhar de Cristo para Zaqueu, é o olhar de Cristo para a mulher adúltera, é o olhar de Cristo para Pedro, é o olhar de Cristo para João, é o olhar de Cristo para mim, para você, para todos aqueles que, tantas vezes, parando, perdendo tempo, desviando-se, atrasando-se e voltando, mas jamais seguindo outro caminho, encontraram um olhar que não condena, mas salva, restaura, recompõe, vivifica, reconduz... ama.

“Somente quem encontrou este olhar, pleno de compaixão e amor, pode reconhecer os próprios erros e os próprios enganos sem justificá-los, porque uma pessoa jamais deixará de ser pessoa, quaisquer que sejam as falhas cometidas”. Pe. Julián Carrón

Deus não se cala! Ele fala e fala para que todos O escutem como ouvintes fiéis, sintonizados diariamente na sua proposta de vida. Às vezes, precisamos escutá-Lo como se fôssemos crianças que desejam ouvir a voz da mãe. A voz é suave, por isso, o silêncio é necessário. Pe. Fábio de Melo.

Somente um Deus apaixonado por suas criaturas assume plenamente a realidade humana e torna-se caminho de salvação para todos os que creem na sua Palavra. Ninguém que vive a experiência profunda do encontro com Deus poderá negar a força evidente de sua presença amorosa identificada abundantemente nas suas criaturas.

Olhemos atentos ao nosso redor porque sempre haverá uma criança sorrindo, alguém estendendo a mão, uma flor se abrindo, um pássaro cantando... Deus continua falando ao nosso coração porque é impossível calar o amor! Ele não se cala nunca para que, em algum momento, possa entrar em nossa casa e, como um grande Amigo, permanecer para sempre.

Ir. Deuceli Kwiatkowski

sábado, 23 de junho de 2012

Aprender a estar só!

Desde que nascemos aprendemos uma infinidade de coisas na vida, tornamo-nos muito bons em algumas delas, mas talvez nunca alguém tenha nos ensinado a ficar só. Ou porque a vida é tão corrida e não há tempo para ficar “sem fazer nada” ou porque não se ensina o que não se sabe.

Seria estranho ensinar às pessoas a viver a experiência profunda do silêncio para encontrar repouso, esquecer as preocupações e ouvir o próprio coração? Certamente não! Seríamos pessoas menos devoradas pelas atividades e sufocadas por apegos. Transmitiríamos mais paz interior e nossa presença seria naturalmente mais serena.

Infelizmente não fomos acostumados ao silêncio. Preferimos o tumulto do dia a dia e não percebemos que o silêncio nos devolve a nós mesmos porque recompõe e harmoniza o que está desintegrado dentro de nós. É como se pudéssemos desatar-nos do que nos prende às coisas, libertando-nos, soltando todas as amarras, tornando-nos pessoas mais autênticas.

Jesus já ensinou o caminho: “Mas vós, quando orardes, entrai em vosso quarto e, fechando a porta, orai a vosso Pai em segredo...”

Uma vez encontrado assim o lugar retirado, amemos este lugar e voltemos a ele sempre que for possível e não tenhamos pressa em trocá-lo por outro. Deveria haver algum quarto ou lugar onde ninguém pudesse nos encontrar ou perceber nossa presença. 

Se não temos este lugar ainda, Thomas Merton nos dá uma boa dica: “As igrejas nas cidades são, por vezes, solidões tranquilas onde há paz. É como se fossem cavernas de silêncio onde pode alguém buscar refúgio contra a intolerável arrogância do mundo dos negócios. Pode-se, às vezes, estar mais só numa igreja do que num quarto de nossa própria casa. Nessas igrejas fica-se incógnito, imperturbado entre as sombras, onde há apenas um ou outro desconhecido”.

As Igrejas são verdadeiramente lugares onde encontramos refúgio e podemos nos ajoelhar em silêncio. Casas de Deus, cheias de sua presença silenciosa. Se as palavras não brotam do coração podemos ficar ali apenas a mergulhar no silêncio e adorar, em segredo, o Pai.

Quando vamos para o “deserto” não é com o intuito de fugir das pessoas, mas para que possamos aprender a encontrá-las verdadeiramente. E, se descobrirmos como encontrá-las em nosso jeito de amar, de respeitar, de perdoar, de entender, de tolerar, o silêncio terá cumprido sua missão que é a de nos mover a olhar para dentro de nosso coração e encontrar ali, o que de melhor pudermos oferecer às pessoas.  

Ir. Deuceli Kwiatkowski


quinta-feira, 21 de junho de 2012

Escutai as palavras do Senhor!

“Há palavras que servem apenas para entreter e passam como o vento; outras instruem, sob alguns aspectos, a mente; as palavras de Jesus, ao invés, têm de chegar ao coração, radicar-se nele e modelar a vida inteira. Sem isso, ficam estéreis e tornam-se efêmeras; não nos aproximam Dele”. Bento XVI, aos jovens na JMJ 2011.

Maravilhoso ler as palavras de nosso Papa que, como pastor do rebanho e Servo fiel da Palavra, lembra à humanidade verdades que não podem jamais ser esquecidas: somente Cristo tem palavras que explicam a vida e indicam o verdadeiro caminho, porque Ele próprio é o Caminho.

Jesus não ensina algo que aprendeu de outros, mas o que Ele mesmo é, único que conhece verdadeiramente o caminho do homem para Deus, pois foi Ele que abriu para nós a possibilidade de alcançarmos a vida autêntica, a vida que vale a pena ser vivida e que nem a morte pode destruir.

Bento XVI ainda continua a dizer: “Escutai verdadeiramente as palavras do Senhor, para que sejam em vós “espírito e vida(Jo 6,63), raízes que alimentam o vosso ser, linhas de conduta que nos assemelham à pessoa de Cristo, sendo pobres de espírito, famintos de justiça, misericordiosos, puros de coração, amantes da paz.

Escutai-as frequentemente cada dia, como se faz com o único Amigo que não engana e com o qual queremos partilhar o caminho da vida. Bem sabeis que, quando não se caminha ao lado de Cristo, que nos guia, extraviamo-nos por outras sendas como a dos nossos próprios impulsos cegos e egoístas, a de propostas lisonjeiras, mas interesseiras, enganadoras e volúveis, que atrás de si deixam o vazio e a frustração”.

Enquanto irmãos de outras religiões fazem ainda o caminho de ida ao encontro do mistério de Deus, nós, por graça divina, já O temos entre nós. Deus veio ao nosso encontro, viveu entre os homens ensinando a todos a Palavra da vida, curando e libertando.

“E eis que estarei convosco todos os dias até o fim dos tempos” (Mt 28,16-20). Esta é a nossa fé, a fé que recebemos dos apóstolos e que nos anima a conhecer melhor a Cristo através da sua palavra.

Ninguém pode crer sem ser amparado pela fé dos outros, e pela minha fé contribuo também para amparar os outros na fé. Continuemos edificando nossa vida sobre a rocha firme, resistente às investidas das adversidades, contrariamente a quem edifica sobre a areia que desmorona à primeira rajada de vento e fica em ruínas.

Ir. Deuceli Kwiatkowski

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Tudo passa!

"Conta-se que havia um rei, numa pequena cidade, que passava por muitas dificuldades. Ele já não sabia mais o que fazer. Decidiu, então, consultar um sábio que não morava muito distante e sua fama já era conhecida de todos.

O rei mandou chamá-lo e lhe disse: “Amigo, como todo rei, passo por alegrias e tristezas no meu reinado. Quero que crie uma frase, para que, no auge das minhas vitórias, eu não me envaideça e, no calabouço das minhas derrotas, eu me fortaleça”. O sábio ficou em silêncio por um momento e, serenamente, olhou para o rei e lhe respondeu: TUDO PASSA!

Encantado com sua sabedoria e simplicidade, o rei agradeceu-lhe e, imediatamente, mandou fazer uma placa para ser colocada na entrada do seu castelo para que todos os que passassem por ali, lessem e refletissem sobre aquelas palavras".

Bela lição! Na vida tudo passa! Momentos bons ou ruins, aqueles sonhados ou não, passam. Tribulações, tristezas, sofrimentos não duram para sempre, assim como, alegrias, vitórias, sucesso, fama.

Basta observarmos a ação do tempo... as folhas das árvores caem, as flores murcham, a ferrugem corrói, a beleza física se apaga, filhos crescem, pessoas envelhecem, sonhos se realizam... tudo, simplesmente, passa. Há um tempo para cada coisa porque assim se encaminha a vida, suavemente, cumprindo plenamente seu curso natural.

A vida é um grande e insondável mistério que nos move a buscar seu real e verdadeiro significado. Vivê-la intensamente, em cada dia, se torna uma grande possibilidade de compreendermos o que, de fato, merece todo nosso investimento de tempo, forças e energias.

Aos poucos e, alguns chegam mais rapidamente a compreender, que tudo é tão passageiro e que só o Amor de Deus permanece para sempre! Somente este amor nos modifica interiormente e nos impulsiona a amar e a olhar para as pessoas, para a vida e para o mundo de um jeito diferente. Este é o tempo que temos para, em unidade com nossos irmãos, realizar o bem e promover a vida porque todos temos a missão de construir e não de destruir. Somos parte da humanidade e o mundo é a nossa casa comum.

O amor de Deus é um amor constante! Ele não muda. Não tem altos e baixos. Não é como o amor humano que coloca condições e pode deixar de amar facilmente. Deus não pode deixar de nos amar porque Ele é amor.

TUDO PASSA! Bom seria se estas palavras estivessem mais vivas em nossa memória diária quando sentirmos nosso coração carente e preso a tantas coisas ou quando percebermos que as palavras nos magoaram porque foram ditas de qualquer maneira. Lembrar que tudo passa pode nos ajudar a viver melhor porque, diante dos infortúnios da vida, o tempo sempre estará a nosso favor. Lembremos sempre que, atrás das nuvens, está o sol... ele voltará a brilhar. É só esperar.


Ir. Deuceli Kwiatkowski

domingo, 17 de junho de 2012

Sou parte da humanidade!

Não há no mundo quem não se comova diante do grito de dor e de desespero de alguém. O sofrimento nos cala. O coração dói e chora.

Quando a alma grita, as palavras silenciam porque não conseguem explicar a dor de um coração diante da tragédia. Simplesmente solidão e vazio e uma pergunta: por quê?

Somos parte da humanidade. Eu sou parte da humanidade. Não podemos nos sentir indiferentes à realidade que toca a todos nós como pessoas humanas. A dor do outro deve nos sensibilizar profundamente e nos mover para que atitudes concretas surjam em prol do bem.

Inúmeras iniciativas existem pelo mundo afora e outras podem ser tomadas por cada um de nós, em qualquer momento, onde vivemos para que a dor seja amenizada pelo nosso amor, pela nossa solidariedade, pelo nosso cuidado. Quem ama é feliz! “Há mais alegria em dar do que em receber”, disse Jesus!

O bem tem poder. Juntos podemos, cada um do seu jeito, fazer uma grande corrente do bem. Atitudes e gestos carregam em si a força do testemunho do amor gratuito, generoso e solidário. Tornam-se visíveis aos olhos, dispensam as palavras, despertam bons sentimentos, dilatam o coração.

Quantos olhares, como desta criança, chegam a nós. É o olhar de quem grita por socorro porque precisa enfrentar a desesperança de um futuro melhor e a mais dura das lutas: continuar humana em condições desumanas.

Talvez tenhamos, tão perto de nós, pessoas gritando por socorro porque precisam aliviar a dor de viver na injustiça, na miséria, nas impossibilidades. Olhemos para Jesus e pensemos em tudo o que Ele fez para aliviar a dor dos corações: uma conversa, um gesto, alguns pães e peixes, um pouco de água... Ninguém como Ele foi tão humano! A dor não passava despercebida por Ele. Ele não fazia de conta que amava, mas cuidava, amorosamente, de suas ovelhas como o bom Pastor.

São Tomás de Aquino nos diz: “O amor é a alegria pelo bem; o bem é o único fundamento do amor. Amar significa querer fazer bem a alguém”.  Sigamos este conselho e espalhemos o bem onde vivermos. Felicidade se constrói assim! Não há outro caminho... trilhemos por este.

Ir. Deuceli Kwiatkowski

Essencial, importante, secundário!

Mistério insondável é a vida humana!

Pena que só aprendemos algumas lições importantes depois de muito tempo. Mas a vida é assim, vamos amadurecendo lentamente para que tenhamos sabor. Sabor bom, de gente que gosta de gente e, por isso, sabe viver e conviver bem!

Uma boa dica seria vivermos mais sintonizados ao que a vida nos propõe e mais atentos ao que ela nos desperta em cada dia. Assim não deixaríamos que, simplesmente, a vida passasse por nós, mas seríamos simpatizantes deste dom maior. Estaríamos mais conectados ao que de bom ela nos trouxesse, suportaríamos, de cabeça erguida, as inevitáveis contrariedades, caminharíamos mais seguros e serenos, com um olhar que iria além das aparências porque veríamos mais o coração.

Algumas vezes e, de forma doída, precisamos perder algo ou alguém importante para descobrirmos o valor de tudo o que temos e das pessoas que amamos. Difícil é saber lidar com o desconhecido, com o improvável, com o inesperado. Portanto, viver bem o momento presente é uma forma de nos protegermos de possíveis arrependimentos futuros que só poderão nos causar tristeza e não reparação. O tempo, indiscutivelmente, não perdoa.

Bom seria se conseguíssemos colocar tudo em uma escala de valores: o que é essencial, o que é importante, o que é secundário. Talvez assim não sofrêssemos tanto por tão pouco ou por quase nada. Pensaríamos antes de agir e nossas atitudes seriam mais coerentes com o grau de valor que damos ao que somos, temos e fazemos.

Pensar o dia a dia, a partir de uma escala de valores, diminuiria as tensões normais e os desgastes que existem na convivência. O que é essencial, que é estar e cuidar das pessoas, não deveria ficar pra depois porque nada pode ser mais importante do que estarmos disponíveis para aqueles que precisam de nós.

Ir. Deuceli Kwiatkowski



terça-feira, 12 de junho de 2012

São João Paulo II continua evangelizando!

“Os santos são os verdadeiros portadores de luz dentro da história, porque são homens e mulheres de fé, de esperança e caridade”. Bento XVI

Alguns anos já se passarem desde o dia em que ele nos deixou em lágrimas e dor. Sabemos que a vida é assim, ela simplesmente segue o seu curso normal, mas parecíamos ovelhas sem pastor, espalhados em todos os cantos do mundo, tentando encontrar um jeito de nos despedirmos daquele grande homem, cuja vocação maior era o amor pela humanidade. Como continuaríamos sem ele?

Insondável é o Senhor que tudo sabe! Insondável é o Espírito Santo que conduz tudo! Cremos nesta verdade porque sem sua força e luz, seríamos incapazes de seguir adiante.

Nosso amado João Paulo II se foi, mas ele, incontestavelmente, continua evangelizando o mundo. Como poderíamos recordá-lo? Papa do Rosário, o Papa da Eucaristia, o Papa de Nossa Senhora de Fátima, o Papa da Consagração a Maria, o Papa impulsionador da santidade, o Papa dos movimentos leigos, o Papa da oração, o Papa peregrino, o Papa dos jovens...

Suas palavras continuam vivas! Seu testemunho de amor pelos povos, seu desejo de unidade,  sua alegria e serenidade permanecem admiravelmente no coração de milhões de jovens, crianças e adultos. Sua voz forte e suave parece ressoar em nossos ouvidos, seu sorriso sereno, seus gestos atenciosos e decididos continuam a nos tocar o coração e a alma, suas palavras, cheias de sabedoria e luz, são um tesouro disponível a todos.

Evangelização é testemunho! Quem duvidaria de seu amor por Cristo, pela Igreja, pelos povos do mundo todo? O mundo parou diante daquele que sempre foi ao encontro das pessoas porque era o servo da Palavra. Não anunciava a si mesmo. Era preciso anunciar o Evangelho a todos os povos, conduzi-los à verdade da fé, seguindo o mandato de Cristo.

Sua luta pelo bem da humanidade continua animando milhões de pessoas que se unem à verdade do Evangelho de Cristo! Que aqueles que formarão o mundo do futuro não se esqueçam jamais do apelo de João Paulo II, feito a eles durante a Jornada da Juventude de 2000: "Jovens de todos os continentes, não tenham medo de serem os santos do novo milênio!"

João Paulo II foi um incansável construtor de um mundo melhor. Um santo entre nós! Um verdadeiro Apóstolo da paz! Vislumbramos a face de Cristo, na sua face! Seu olhar contemplativo era de compaixão, suas palavras fortes e amorosas eram de um pai que cuida de seus filhos.

Que da eternidade, ele interceda por todos nós e continue evangelizando nosso coração para que sejamos seguidores fiéis de Cristo a quem ele serviu por toda a vida como discípulo forte e fiel.


Ir. Deuceli Kwiatkowski

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Estou aqui!

Gestos transformam-se em palavras. Atitudes transformam-se em palavras. Sentimentos  transformam-se em palavras. Silêncio também tem sabor de palavra.

Ouvimos tantas palavras e frases diariamente que não deixam nada em nós. Não fazem a mínima diferença porque não carregam o sabor da afetividade, da doação, do cuidado, do amor.

Palavras registram o coração humano que se revela àqueles que estão perto. Muitas vezes,  revela-se confiante e sereno, outras vezes, mesquinho e impaciente. Interessante é que sentimentos tão opostos saem da mesma fonte.

A palavra tem o poder de fecundar em nós muitas sementes que, depois, transformam-se em gestos e atitudes. Assim, nos tornamos na pessoa que somos, naquilo que pensamos, na vida que levamos. Nada se improvisa nesta vida. Seremos sempre o resultado de nossas escolhas pessoais. 

Olhemos para Jesus, o Mestre da Palavra! Ele chegava aos corações e ali fazia morada porque sua palavra falava de vida, de perdão, de recomeço, de misericórdia, de paz, de amor.

Um dia, atravessando a cidade de Jericó, Jesus surpreendeu a todos com suas palavras fortes e decididas: Estou aqui, Zaqueu! Desce depressa desta árvore porque hoje quero ficar na sua casa! (Lc 19,1-9). É como se dissesse a ele, quero cear com você. Quero alimentar seu coração de verdades que você ainda desconhece e, por isso, vive por caminhos tão errados, iludido pelo dinheiro que rouba das pessoas. Zaqueu, conheço sua fraqueza e seus mecanismos injustos de agir, deixando as pessoas em desespero, mas isso não o faz feliz. Seu pecado o leva à ruína.

Pobre Zaqueu! Um homem rico que não tinha nada. Jamais esqueceria aquele dia em que foi encontrado pelo olhar misericordioso de Jesus. Um olhar que lhe deu um novo olhar e um novo coração.

Naquele encontro, Zaqueu teve a coragem de olhar para si mesmo e para seus erros. Sentiu vergonha e tristeza pelo mal que tinha feito por tantos anos. Mas foi ali, na sua miserável realidade, que reacendeu dentro de seu coração o que estava adormecido e o restauro aconteceu. Um homem diferente nasceu!

Ir. Deuceli Kwiatkowski

terça-feira, 5 de junho de 2012

O Filho Pródigo... um caminho de volta!

O mundo atrai. A vida fácil, cômoda, sem sacrifícios, descompromissada faz parte do estilo de vida de muitos jovens que querem aproveitar ao máximo o hoje porque o amanhã pode não existir.

Vivem sem sonhos e sem esperança, sem um ideal maior que comunique uma escolha responsável e madura em prol da humanidade. Agem como se não se importassem com as consequências dos próprios atos. Tornam-se promotores de atitudes que machucam, ameaçam, destroem as pessoas. Vivem irresponsavelmente a própria liberdade.

Assim foi com aquele jovem que tinha tudo em abundância. Seu pai o amava verdadeiramente e tudo era dele e do irmão. Mas aquele mundo tornou-se pequeno demais para seus sonhos e para os desejos de seu coração. Queria mais: ser livre, conhecer o mundo, viver o que nunca tinha vivido, encontrar novos amigos, participar de festas, não se importar com nada...  apenas viver  (Lc 15,11-32).

O tempo passou. Um dia tudo acabou e aquele pobre rapaz nem sequer percebeu o quanto tinha se distanciado dos arredores de sua casa. Já não sabia mais quem era, perdeu sua identidade. Não tinha mais nada, nem dinheiro, nem amigos, nem casa, nem amor, nem paz, nem dignidade.

Andou por caminhos estranhos, sem rumo certo, sem saber o que fazer e para onde ir. Fartou-se em banquetes enganadores e sentiu a dor do abandono. Viveu miseravelmente na solidão de suas escolhas erradas. Perdeu-se de sua casa e chorou amargamente pelo mal que tinha feito a si mesmo e aos que o amavam de verdade.

Infelizmente, muitos não conseguem mais reencontrar o caminho de volta porque a distância é tanta que até os corações se distanciam.

Mas aquele jovem sonhador ainda conseguiu reunir as últimas forças para empreender o caminho de volta. Foi uma caminhada repleta de dificuldades que apontava para um recomeço.

Certamente a viagem de retorno deve ter sido tão fascinante quanto foi a de partida. Voltava agora um homem mais maduro, um filho mais humilde, um jovem agradecido. O tempo de maturação foi importante.

Voltar para a casa de onde partiu era reencontrar a vida novamente. A história não seria esquecida, mas um abraço apertado, pleno de amor, foi suficiente para aquele jovem entender que, na casa de seu Pai, havia vida em plenitude. Seu lugar era ali!

Trilhemos este caminho de retorno sempre que sentirmos que estamos caminhando para longe do Pai. Voltar será sempre fascinante porque será sempre a forma de chegar ao próprio coração.


Ir. Deuceli Kwiatkowski

domingo, 3 de junho de 2012

Amor é atitude!

Madre Teresa de Calcutá contava que, certa vez, um muçulmano observava uma de suas irmãs cuidando das feridas de um leproso com um amor inexplicável.

Enquanto a irmã cuidava daquele pobre doente, ela permanecia em silêncio. Seu olhar e seus gestos, cheios de ternura e simplicidade, demonstravam uma profunda caridade.

Então o muçulmano se voltou para o sacerdote que o acompanhava naquele momento, e lhe disse: “Em toda a minha vida acreditava que Jesus fosse apenas um profeta, mas hoje, olhando o amor que colocou no coração desta irmã, entendi que Ele é Deus!”

Só um coração tocado pelo amor de Cristo é capaz de doar a própria vida para amar os abandonados e desprezados pela sociedade. Amor é sacrifício. Se alguém os ama, ficarão mais protegidos dos que não sabem amar. Não há explicação humana para este amor.

Sem dúvida, estamos cansados de palavras vazias, desconectadas da realidade, pobres de significado, sem raízes nos verdadeiros valores que agem em favor da vida. Precisamos urgentemente mais é de um silêncio fecundo que tem sabor de palavra.

Inquestionavelmente, amor é atitude! Não adianta apenas falar. Amor é doação, é gratuidade. Quem não entende a linguagem do amor? Uma vida egoísta não pode ser fecunda, morre em si mesma porque não participa da própria humanidade.

A vida é feita de escolhas, disso não temos dúvida. Transformamo-nos naquilo que acreditamos. Mas a fonte é uma só: o coração. Certo é que ele não sabe fazer as duas coisas ao mesmo tempo. Ou ele está a serviço do amor ou a serviço do ódio. Não há espaço para sentimentos tão opostos ao mesmo tempo.

Ao preferir o egoísmo, deixo de lado a solidariedade. Ao ser intransigente, deixo de lado a misericórdia e o perdão. Ao viver apenas no meu mundo, deixo de viver ao lado de tantos irmãos que precisam do meu amor.

A medida do amor é amar sem medida! Quem ama é feliz! Um coração que ama não pode ser triste porque o amor vem de Deus que é Amor! Trilhemos nesta estrada se queremos viver uma vida que vale a pena ser vivida.

Ir. Deuceli Kwiatkowski